quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O meu pedido de ano novo

"Tenha paciência, fique atento e disposto que a sua paz interior só depende da sua disposição em ser mais tolerante. Seja ousado e trabalhe em cooperação com o mundo.

Você já tem tudo que precisa, olhe ao redor."



Gostaria de pedir aos céus que permita que os ventos carreguem essa singela oração como se fosse um sussurro carinhoso, ao pé do ouvido, encantador, cheio de charme, quase irresistível, um sopro carregando um desejo - direto aos corações de Tibério, Artur, Camilinha, Thiago, Nicinha, Cacau, Letícia, Carina e todos que deles compartilhem a mesma emoção.

Feliz ano novo amigos.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Pedido de ano novo

Se você pudesse fazer um pedido - um de ano novo, desses que queremos melhorar coisas, mudar posturas, corrigir falhas, superdimensionar acertos, focar qualidades: desse tipo mesmo - se pudesse fazer um pedido diretamente a você que fosse prontamente atendido, qual seria?


É como se conseguíssemos um canal direto com nosso eu mais profundo, do ouvido direto ao coração. E como se ele estivesse esperando para ouvir (e seguir o desejo).


Então: o que você pediria a você mesmo?

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O gosto da manhã

Eu gosto do gosto da manhã

Do rosto dela com preguiça de mim

Gosto de rir

De me acabar de rir

Gosto de ir viajar sem destino.


Desde menino eu gosto de ler

E de ter comigo os livros lidos

Lido bem com minha significância

Se me cansa eu sento um pouco estou melhor.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Dica

E aqui vai uma boa dica para quem como eu gosta de comprar discos.

As lojas Americanas sempre têm discos brasileiros bons por preços irreais. Me explicaram que isso se deve pela quantidade do estoque, e pela necessidade de renovação. Um amigo de uma loja até me confidenciou que as vezes compra lá para revender, porque as Americanas as vezes vendem mais barato do que compraram (pelo menos parece).

Hoje eu comprei dois discos de uma banda australiana que gosto por R$4,90 cada. Uma maravilha.

Talvez, também, vai ver, que eles não entendem nada de música e taxam o preço dos discos pela capa, cheiro, lua, ou algum outro fator estranho que desconheço.

O fato é que sempre tem Caetano, Chico, Elis (e muito de Elis), Gil, Raul e outros MPBszão por R$9,90 e se você procurar com jeitinho uns estrangeiros bons por esses módicos reais.

O mesmo vale para o site da loja - o www.americanas.com têm ainda mais variedade. Recentemente comprei dois discos clássicos de Jazz (dos bons) por R$9,90 cada.

é isso...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Show

É comum os artistas / músicos se dividirem entre a criação e a execução.

Existem aqueles artistas como Chico Buarque cujo maior prazer é a criação: compor as canções, pensar no disco, ensaiar, arranjar. E outros, como Maria Betânia, que se superam no momento do show, no contato com o público, no momento do show.

Eu sou o cara que fica exatamente na dúvida!

Tenho o imenso prazer na criação, que é de onde eu vim e o que me possibilitou estar aqui. Assim que aprendi a escrever fiz um poema de poucas palavras (e não parei mais). Com os três primeiros acordes que aprendi no violão fiz uma música. Esse sempre foi meu instinto.

Alguns anos atrás, no entanto, a BANDA SEU CHICO me abriu um novo horizonte: o show. Começamos a fazer bastante shows com a criação da banda e eu comecei a me sentir mais a vontade ainda no palco. Por estarmos trabalhando com uma música pré-existente uma liberdade diferente tomou conta das apresentações: a descontrução, a participação do público, o improviso.

Em determinado momento ficou tão divertido que nós do grupo resolvemos abraçar de vez a imprevisibilidade: e aí eu me encantei mais. Fizemos um ano ininterrupto de shows no UK Pub - em Recife. Foram tempos de riqueza. Nessa temporada não tínhamos repertório e entrávamos no palco com a certeza de que tudo podia mudar de repente.

Se eu estava num dia irritado puxava a música com força e ela explodia de repente. Se Vitor (Vitor Araújo - pianista) estava inspirado mudava as harmonias, inseria trechos de outras músicas, crescia, caía...eu acelerava, eu encurtava, um solo inesperado, Cupim (Bruno Cupim - percussionista) mudava o ritmo. Em alguns momentos, quando o público se superava, parávamos e deixavamos o público guiar. Era mágica.

Hoje carrego essas vontades e sempre que posso resgato a liberdade que me levou ao palco. E quando estou para começar um show - com pouca ou muita gente, pouca ou muita estrutura, e sinto essa magia no ar, já começo em êxtase.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A força de se entregar

Existe uma enorme força em não lutar contra o movimento. A entrega carrega em si dois caminhos de energia: o que aceita e o que executa. No momento que abraçamos algo duplicamos nossa participação.

Essa semana, assisti uma apresentação artística de amadores. Um dos participantes chamou-me a atenção pela entrega a que se propunha – ia inteiro, como se estivesse vencido pelo que o movia... sem medo, sem dor, sem pensar.

Senti uma incrível energia daqueles movimentos: ainda que não estivessem perfeitos, algo pulsava vivo no que fazia.

O Zen Budismo já diz isso a séculos.
Hoje a nossa Psicologia ressalta a busca da aceitação.

A pouco tempo, com a ajuda de alguns mestres e amigos, optei por esse caminho.

Não é fácil (e ainda tenho tentado), mas é recompensador.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Ouvir melhor

Eu sempre fui um Beatlemaníaco. Acho que foi a primeira banda da qual me tornei um "fã". Lennon, Paul e companhia me conquistaram pra valer.

Só que recentemente me deparei melhor com o "e companhia" e fiquei (estou) extasiado.

Comprei semana passada um disco de George Harrison e então, instintivamente, ouvi melhor suas canções - ou entendi melhor.

Harrison entrou quieto no grupo, permaneceu quieto, saiu quieto e assim morreu: tranquilo. Impressionante a leveza, poesia e verdade do trabalho desse, considerado pela mídia, "Quiet Beatle" (Beatle calmo / tímido).

Em contato com a filosofia oriental, George tomou para si a mensagem de leveza e desapego. As músicas de sua carreira solo se cercaram desse universo e alcançaram (na minha mera opinião) uma força transcendental.

"All things must pass" (Tudo vai passar)
"Give me love" (Dê-me amor)
"My sweet lord" (Meu doce senhor)

Essa última, por exemplo, eu sempre coloco quando o avião entra em turbulência (meu momento de pavor) porque me transmite paz.

"O nascer do sol não dura a manhã toda
o céu carregado de nuvens não dura o dia todo

a escuridão só fica durante a noite
de manhã vai desaparecer

Tudo deve passar
tudo deve ir embora"

Quando George descobriu que tinha câncer terminal, convidou seus amigos para se despedirem discretamente. Foi para uma casa desconhecida do público e mídia e faleceu ao som de mantras sagrados, incensos e a certeza da continuação.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

As primeiras palavras

Com uma chuva torrencial, daquela que invade parte da casa da gente, a mãe viu o filho de apenas sete anos molhado dos pés a cabeça no canto da varanda. Por baixo do corpo tentava proteger um pequeno caderno onde, quando sentia um alívio da força da água, escrevia uma ou duas palavras, para depois voltar a se proteger e esperar um novo instante. Depois de observar a cena por alguns minutos, e apesar de tentar não se intrometer na diversão do garoto, propôs com sensatez:

- Meu filho, porque você não se enxuga e vem escrever aqui dentro onde a chuva não bate?

- Mas mãe, é só aqui que eu tenho inspiração, respondeu a criança.




Hoje, ouvindo as minhas história da boca de minha mãe, percebo que devo mesmo ter nascido assim.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

"Ninguém discorda de uma flor"

Imagine você chegar em um jardim e ver um pequeno broto de planta desconhecida no chão. Aí você começa a observá-lo (a planta) todos os dias e pede a Deus que ela seja de médio porte, tenhas flores lilás com toques amarelos, folhas pequenas e tombe levemente para o lado esquerdo.

Não é óbvio que você vai se decepcionar?


Tentar olhar as coisas como elas simplesmente são é uma riqueza incrível. Sem dúvida a maior parte do nosso sofrimento vem da expectativa que criamos de algo (ou de alguém).

Nós não somos o caminho, nos caminhamos por ele.




A frase do título é do controverso homem-guru Osho, e é uma bela frase.