segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Aniversário

Hoje é o meu aniversário. O dia em que paro tudo e comemoro a minha chegada ao mundo. Um dia doado a mim pelos céus. O ponto de partida e chegada do ciclo do qual faço parte. Um dia belo, cheio de energia. E o mais belo de tudo é que todos, sem excessão alguma, rico ou pobre, bonito ou feio, todos, queiram ou não, têm o seu.

E sendo o meu dia, gostaria de dedicá-lo a outra pessoa, porque é meu e assim sendo faço dele o que me convém.

Gostaria de dedica-lo a minha mulher, minha "pareia" - aqui no nordeste pareia é aquele que parece contigo,que te acompanha, o teu par. Porque ela, além de me fazer um bem danado e acentuar o meu centro e o ciclo que me envolve, alimenta o amor no mundo ao me amar e ser amada tão levemente.

O encantamento de dois seres harmônicos é tão magistral que me pergunto porque as vezes se perguntam se Deus existe: não está claro?

Assim, dedico esse dia a minha mulher e a beleza de conviver com ela. E dedicando a ela e a esse amor dedico a todo o amor do mundo!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Com comentários

No post passado questionei o porquê de tantas pessoas lerem e não comentarem no meu blog. Recebi respostas magníficas e até um telefonema para dar a resposta mais direta ainda. Foi um sucesso!

Por fim, todas as questões que tinha colocado se confirmaram verdadeiras em conjunto.

Foi ótimo e continuarei escrevendo, buscando temas e olhares interessantes e imaginando que vocês meus amigos compartilham comigo o gosto de refletir e observar viver.

Um abraço apertado.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Sem comentários

Muita gente tem visto meu blog. Assim, "muita gente" comparada ao que eu esperava, e não comparando com os outros blogs ou coisa do tipo. Pois bem, muita gente tem lido esse blog, feito você que me lê agora, mas não sei porque cargas dáguas ninguém deixa comentário. É sempre 1 ou 2 no máximo.

Minha mulher diz que é porque eu escrevo sério demais. É?

Talvez seja porque escrevo pensamentos conclusivos e não tem muito o que comentar. Será?

Ou porque busco assuntos por demais reflexivos. Hum?

Bem, com o objetivo de aprimorar a nossa relação e porque eu adoro um comentário, resolvi escrever esse post perguntando diretamente a você meu querido leitor e provavelmente amigo: porque não me deixas um comentariozinho seguer?



ps1- Com o teor das respostas poderei me adequar melhor e tornar esse blog ainda mais vivo.
ps2- críticas outras para o bom desenvolvimento desse espaço também serão aceitas

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Chove adiante

Com um leve atraso, vai aqui o texto que sempre coloco no começo da semana para nos acordar.

Boa semana a todos:



CHOVE ADIANTE


No meio do campo, começou a chover. 
As pessoas começaram a correr, exceto um homem, que continuava a andar lentamente.


- Por que você não está correndo? - perguntou alguém.


- Porque também está chovendo na minha frente - foi a resposta.



sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Vende-se embalagem sem nada dentro

Olha que coisa. No último post, logo embaixo, estava comentando sobre a falta de zelo dos novos artistas com a composição, a falta de cuidado e carinho com a canção.

Ontem a noite, para premiar minha fala no blog, teve o VMB - premiação do canal MTV. E o grande vencedor foi a banda Restart. Uma banda, digamos assim, nova ainda, e totalmente afinada com os novos conceitos da arte musical no Brasil - exposição expressiva, cuidado estético, desleixo com a canção.

Parece que estou fazendo críticas aos grupos, aos garotos. Nem estou... minha crítica mesmo vai para o sistema que privilegia esse comportamento.

A premiação no VMB, por exemplo, se deu a partir de votação do público na internet. Votação do público na internet? Então, quem for mais descolado e conectado com a rede parte na frente. Quem não se preocupou com o produto em si mas gastou seu tempo em redes sociais, contatos, facebook, twitter e etc. está com uma mão no troféu já.

Nesse nosso sistema Chico, Caetano, Gil, Betânia, Tom e companhia estariam perdendo feio.

Temos hoje muita coisa de qualidade por aí, coisas maravilhosas - inclusive no VMB. O problema é que a sistemática tornou tudo mais difícil para eles.

E enquanto essa via permanecer preponderante estaremos com os ouvidos ocupados com cabelos estilosos, roupas coloridas, coraçãozinhos na mão, performances e todo o resto... menos música.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Quem olha com poesia

Uma coisa que me incomoda bastante na nova safra de artistas brasileiros é a falta de poesia, para ser mais preciso, a falta do "olhar poético".

Hoje, quando um compositor quer falar da mulher que foi embora ele fala: "a mulher foi embora". Quando quer falar da morte de alguém: "alguém morreu". De uma farra com os amigos: "fiz uma farra com os amigos". Do amor pra namorada: "eu te amo namorada". Puxa... não existe mais o zelo de olhar para as coisas com carinho, com cuidado. De buscar a melhor maneira de se expressar, a melhor simbologia, comparação, as melhores palavras, etc.

Isso me parece uma arte "fast-food". Parece que os antigos compositores deram vez para "celebridades", que por acaso tocam música.

Eu até entendo, porque imagino que antes os artistas se preocupavam com a canção, com a letra, com a novidade poética. Hoje ele precisa se preocupar com o orkut, facebook, twitter, dowload, MTV, email, produção e etc e etc...

Mas que é uma pena é!

Exigiram tanto que o artista virasse um empreendedor, um gerente de si mesmo, de sua carreira, que a geração acabou por virar uma mera empresa de produtos. Afê!

Segue um pequeno poema de Manoel de Barros que ilustra um pouco o que digo:



Passarinho parou de cantar.
Essa é apenas uma informação.
Passarinho desapareceu de cantar.
Esse é um verso de J.G.Rosa.
Desaparecer de cantar é uma graça verbal.
Poesia é uma graça verbal.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O matador de dragões

Segue um pequeno texto/conto/causo para animar a segunda:




O matador de dragões


Zhuangzi, um célebre autor chinês, conta a história de Zhu Pingman, que foi procurar um mestre para aprender a melhor maneira de matar dragões.


O mestre treinou Pingman por dez anos seguidos, até que este conseguiu desenvolver – à perfeição – a técnica mais sofisticada de matar dragões.


A partir daí, Pingman passou o resto da vida procurando dragões, a fim de que pudesse mostrar a todos sua habilidade: para sua decepção, nunca encontrou nenhum.


O autor da história comenta: “todos nós nos preparamos para matar dragões, e terminamos sendo devorados pelas formigas dos detalhes, as quais nunca prestamos atenção”.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Uma entrevista antiga

Achei essa entrevista um tempo atrás, li de novo e fiquei com um gosto de nostalgia no ar. Falava da Mula Manca (hoje está parada) e da Seu Chico (que tava começando). Acho que a entrevista foi em 2008 (no comecinho dele).

Bem, resolvi compartilha-la com vocês. 

A entrevista foi realizada pelo blog "' Outros Críticos", que tem diversas outras entrevistas bem legais.

Quem quiser ver mais, vai lá: Outros Criticos

Segue:





Rennó entrevista Tibério Azul, grupos Mula Manca e Seu Chico


Tibério Azul fotografado por Cécile Duchamp.

“ele canta como cantam os velhos poetas da tradição: alma, sangue e coração” – Alberto Infante, Diário Austral.
“que mal há em fazer sucesso cantando outrem? eles são jovens, e jovens são espertos” – Barbara Woolfer, Revista de Cinema.
“Chico tá sabendo o que eles estão fazendo?” – Albert Chevalier, Le monde Decadence.

“sambas surreais e surreais sambas ou outra coisa... ” – Oscar & Pablo, Caderno Cultural.
“Poemas de rua e mar... Pena que não cheguem ao coração da turba...” – Clarice Flor, Suplemento Palavra.
“Adoro ser triste com eles, adoro ser fabuloso com eles, e comecei a ouvir Chico com eles” – Anônimo, Fã Clube.
“Recife já foi uma cidade de invenção, pena cair - aos poucos - na mediocridade das bandas covers, mas dirão que eles não são covers” – Poeta Anônimo, Clube de Literatura dos Corações Solitários do Sargento Carrero.



Depois de um novo período de férias criativas... Volto com mais uma entrevista... Depois de idas e vindas, eis a entrevista com o poeta e músico dos grupos Mula Manca e a Fabulosa Figura Seu Chico. Tibério Azul responde as perguntas que fiz a algum tempo... Espero que ele não se ofenda com as críticas dos meus colaboradores, eles estavam ansiosos por uma nova entrevista... Na próxima semana teremos a banda carioca Do Amor, mas agora vamos com os recifenses...

Júlio Rennó: Vocês lançaram o disco "amor e pastel" no ano de 2007, além disto, mudaram o nome da banda (trocando "triste" por "fabulosa"). O que virá de fabuloso no ano de 2008?
Tibério Azul: O que virá em 2008? Essa é uma pergunta que nós fazemos também. Na verdade, as nossas mudanças são naturais e espontâneas, sem premeditações, basicamente coração. Por isso é difícil dizer o que dirá. E eu, particularmente, também fico imaginando curioso o que será que danado eu vou me meter a fazer em 2008. E em 2009?

Rennó:
 Gostaria que vocês falassem sobre o termo "banda paralela" (Alguns integrantes da Mula Manca tocam no Seu Chico, banda que toca canções de Chico Buarque).

Tibério:
 Isso. A SEU CHICO é uma banda que surgiu a partir da Mula e deu os seus passos próprios. Hoje ela segue um caminho individual, com outros integrantes, outras idéias e projetos. Podemos dizer que ela era a banda paralela, e hoje é a "banda amiga", uma coisa mais parecida com um caso de amor.

Rennó:
 Na Mula Manca, as composições nem sempre são cantadas pelo integrante que as compõem, desse modo, vocês quebram com uma tradição na música popular; exemplos como Beatles e Los Hermanos, onde o integrante que faz a música acaba por também cantá-la. Esta é uma decisão pensada?

Tibério:
 Na verdade, é um processo natural. Pensamos assim, cada integrante tem a sua função, a sua área de atuação, o seu reinado. Mas não somos individualistas. Eu canto a maioria das músicas mas acho que em determinados momentos a voz de um outro integrante traz força e descanso à narrativa do disco e do show. Vejo esse ponto como uma riqueza enorme. Inclusive no nosso disco temos uma convidada cantando uma música. Ou seja, pensamos na canção e no ritmo do trabalho - show ou disco.

Rennó:
 O músico e produtor Kassin (integrante do grupo Kassin+2 e produtor de discos dos Los HermanosCaetano etc) disse em uma entrevista que a música nunca deveria ter saído do formato LP. O que vocês pensam dos novos formatos da música? Ainda compram LPs? Ainda compram Cds?

Tibério:
 Acho que a mudança é natural e incontrolável. Às vezes não gostamos do avanço do mar, das imensas ondas ou de sua calmaria exagerada, mas, o que podemos fazer? Podemos entender, nos preparar, nos organizar e fazer nossos planos com base na realidade. A internet é uma realidade. A violenta evolução tecnológica é uma realidade.

Um verso, uma cena de filme e uma voz bonita e estranha por Mula Manca e a Fabulosa Figura:

O verso é mais uma resposta dada por um grande poeta:
"Eu não sou qualquer artista, eu sou um artista brasileiro. Eu não sou qualquer artista brasileiro, eu sou um artista nordestino. E não sou qualquer artista nordestino, sou pernambucano".
João Cabral de Melo Neto
Cena de filme poderia citar qualquer cena do poético e vibrante robô catador de sobras WALL-E.
Voz bonita é aquela que toca e fala com um eu seu guardado. Voz estranha é aquela que toca e fala com um eu seu guardado. Quão bem nos conhecemos e nos desconhecemos, não? Isso é poesia e nós somos a poesia do mundo. Ah, mas se precisamos de uma voz cantada: Louis Armstrong

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Limitando por baixo

Eu sempre votei no Partido dos Trabalhadores, vulgo PT. Não que eu seja um partidário, não sou nem um pouco. Mas sempre simpatizei com a esquerda - acho que a maioria dos artistas e afins também.

No entanto, ultimamente estou preocupado com o papel que o PT vem desempenhando enquanto governo. Assim, eu adoro Lula, entendo todas as críticas a ele, até concordo com algumas, mas acho que ele foi o melhor custo benefício que já tivemos.

Entenda: a minha sensação sempre foi da esquerda sensível e da direita arrogante e bruta.

O problema é que o PT começou a ficar arrogante e bruto. E isso é horrível.

Eu sonhava que com o governo de Lula, com o massivo apoio popular a um homem tão sensível, com a demonstração de que a sensibilidade passa até por cima de erros gritantes, a oposição fosse buscar entre os seus os que melhor correspondessem a esse anseio popular.

Mas foi justamente o inverso. Após Lula me parece é que o PT é quem se afinou com a oposição. E assumiu uma cara arrogante e bruta.

Isso não significa, de maneira alguma, que eu apoio a oposição. Isso porque o partido assumiu diversos vícios, horríveis, que só os fez se aproximar de partidos como o DEM. Se aproximou deles, é verdade, mas ainda acho partidos como o DEM arrepiantes.

Ou seja, estamos entrando num limbo de falhas e não de acertos. Como diz o trejeito popular: limitando por baixo.

Vejam esse vídeo do CQC, por exemplo. E me digam se a postura do prefeito não foi típica de um bruto arrogante que tanto nos acostumados a criticar em outros partidos.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pequena filosofia cômica de gênero

Toda mulher (pelo menos a larga maioria delas) morre de medo do homem infiel. Esse ser grotesco ocupa os pesadelos femininos desde sempre, com desculpas, explicações biológicas e tudo o que o valha para justificar tamanho pecado tirador de tanto sono feminino e motivo de tanta fofoca vida adiante.

Essas vítimas costumam comparar-se na mesma moeda quando desacreditadas:

- Puxa, se eu fui fiel todo o relacionamento porque ele não foi?, pensam inquietamente (e até com certa razão).

No entanto, meus amigos, as falhas e qualidade entre os sexos não são equivalentes.

O maior medo masculino, por exemplo, não é a traição. Entre os homens ser traído é horrível, sim, mas para nós é uma fatalidade, como bater o carro, estar no World Trade Center em 11 de setembro, pegar uma via errada e entrar na favela em pleno Rio de Janeiro. Acontece, e é um baita de um azar.

Os homens não pensam sobre isso, não elocubram, não acham que pode acontecer, não enumeram essa qualidade em suas parceiras. E não os fazem simplesmente porque não é um medo deles (nosso).

E qual o maior medo masculino então? O que os incomoda? O que é motivo de falatório? O que os tira o sono? O que o faz pensar que todas as mulheres são iguais? O que os faz desacreditar no relacionamento a dois? Simples: a mulher chata!

A mulher chata (cri-cri, pé no saco, mandona, porre, chata do caralho) é um terror para nós. Assim como do lado de lá, do lado de cá "esse ser grotesco ocupa os pesadelos masculinos desde sempre, com desculpas, explicações biológicas e tudo o que o valha para justificar tamanho pecado tirador de tanto sono masculino e motivo de tanta privação vida adiante".

Os homens são todos iguais - começam um encanto prometendo ser fiéis e dedicados inteiramente a sua mulher, um ser fiel que com o tempo se corrompe. As mulheres são todas iguais - começam encantadoras rindo de todas as piadas, fazendo amizades com os amigos, inteiramente compreensiva e com o tempo se corrompem.

Sendo assim, concluo: se você é uma mulher chata deve (ou pelo menos deveria) levar uma gaia danada!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Bondade

É uma bondade tremenda


                         do Sol ceder


metade do dia para



a Lua.