Eu estou na maior correria com o lançamento do meu primeiro disco solo. Uma série de atividades depende de mim, tenho que organizar, definir, criar, coordenar, supervisionar, revisar, consertar, resolver e por aí vai.
De repente, com essa velocidade toda, começo a entrar na "pilha", a ficar "ouriçado", tenso, com a cabeça a mil evitando todo o tipo de erro, concentrado para controlar as falhas e garantir o sucesso da empreitada.
É...
... parece que com dedicação e esforço dá pra controlar...
... parece...
... mas não dá.
Então eu lembro que essa sensação que permeia minha cabeça é falsa. Eu não controlo nada disso tudo. O máximo que posso fazer é esticar a vela no caminho que pretendo, mas o vento, meus amigos, vem quando quer, na força que tem vontade e para onde se interessa.
E nós somos um barco a vela que só navega a partir do vento e da maré. E essas duas estão completamente fora dos nosso braços controladores.
Também acho que definir em exagero caminho a seguir por vezes nos estaciona tempo demais. Tudo bem que queremos seguir para o norte, por exemplo, mas se o vento e a maré nos empurra para o nordeste é bom seguir o fluxo, porque de alguma forma esse danados sabem mais do que nós.
Assim, relaxo um pouco os ombros, abaixo os braços, solto os dedos, sento um pouco e torço para que eu possa me divertir bastante na navegação.
Ah, aproveito para convidá-los para o tal evento que falo: dia 20, amanhã, em Recife, no Espaço MUDA, na Rua do Lima, as 20h, lançamento do CD Bandarra, com exposição, degustação, confecção e música.
"O que faz um barco andar não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê", retirado da internet com a assinatura de Platão.