Sem dúvida alguma acredito que tudo em excesso prejudica o corpo e a alma. O sol que nos possibilita a vida em excesso mata. Isso ficou claro para mim a algum tempo.
Como diz Sigmund Freud, no seu livro "O mal estar na civilização", as drogas funcionam como uma mola para as nossas angústias que nos tiram por um momento da posição em que estamos. O problema, ele diz, é que depois voltamos para exatamente a mesma posição. Ou seja, se o intuito não é se deslocar, nem fugir, nem fingir, e sim ter uma sensação livre, diferente, uma respiração com calma e clareza, deve ser saudável.
Tempos atrás diria que no entanto um vinho a mais nos tira da realidade e do nosso centro. Uai, hoje eu mesmo me questiono, a paixão também nos tira, sol demais também, exercícios também, o tesão também, os sonhos, então, quase que nos carregam.
No livro "Sidarta", de Herman Hesse, o protagonista está em processo de purificação e junto a outro colega se deparam com uma zona, cheia de beberrões e concubinas. O amigo comenta: Olhe isso Sidarta, esses homens se entregando aos prazeres como um caminho de fuga, tentando desesperadamente sanar suas angústias. E Sidarta responde com calma: mas meu amigo, não é a mesma coisa que estamos fazendo ao buscar se purificar?
Os prazeres fazem parte do nosso corpo e vida, assim como os amores, as paixões, os sonhos, as palavras, os pensamentos. Com eu disse no post anterior, para mim, com força, determinação e clareza, tudo a favor é saída.
Alguém quer tomar um vinho para relaxar?