sábado, 31 de dezembro de 2011

Ano novo

Todo fim é um começo, toda morte é nascimento.

Em 2011 me realizei por completo. Lancei o meu primeiro disco solo ao mesmo tempo que lancei-me em uma nova empreitada - uma estrada de gosto antigo cheia de novidades.

Fiz amigos cruciais, amigos que estarão para sempre nessa história, fiz amizade comigo mesmo, conheci um pedaço grande do Brasil, plantei inspiradas sementes.

Em 2011 a Banda Seu Chico lançou seu primeiro trabalho e se abraçou de vez e eu estive lá no meio. Do abraço que nos demos nos bastidores, ganhamos abraços de volta em Recife, São Paulo, Brasília, Manaus, Belém, Fortaleza, Teresina, Crato, Natal, e outros tantos.

Colhemos muito e seguimos plantando.

Colhi muito e seguirei plantando.

Feliz ano novo para todos. Que venha 2012.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Um lugar mágico

A algum tempo atrás descobri um lugar mágico, do nada.

Queria ir para uma praia, navegando na internet achei um site do governo do Rio Grande do Norte divulgando algumas praias. Fiquei fuçando sem compromisso e de repente me deparo com essa pousada. O que eu vi? Absolutamente nada demais, para ser ainda mais específico, a primeira foto que abriu foi a de estátua pequena de um Buda no meio das plantas. Olhei, parei e decidi: vamos para essa.

E fui.

Ao chegar lá fiquei encantado. É incrível. O lugar é inspirado, cheio de poesia por todos os cantos. A praia é silenciosa, poucas pessoas e muita coisa no ar.

Os proprietário do lugar são uma atração a parte.

Compartilho aqui esse cantinho que de tempos em tempos necessito para realimentar minhas poesias.

Ah, a praia em questão é Barra do Cunhaú, perto da famosa praia de Pipa.





quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Atenção

Um artista precisa ter atenção.

Olhar as coisas ao redor e ao redor distante.

Olhar de pertinho com os olhos apertados

ver de longe com a palma da mão protegendo a vista.

Um artista precisa estar acordado

e deixa-se levar pelas correntezas como se recebesse uma bela massagem de uma bela morena.

Porque um artista nunca é empurrado ou apoiado nem derrubado ou levantado

um artista recebe massagens do mundo somente

e está atento.

Dorme tranquilo porque conhecesse a incerteza do habitat

e tateia tranquilo como apalpa um seio que se oferece.

O artista sabe

que não precisa saber de nada

e fica mais sabido do que todos que tentam saber.

De frente para o mar esboça aquele sorriso amarelo

de quem entende a impossibilidade de entender o mundo

e o abraça em agradecimento.




segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Será uma piada?

E o professor me contou sem conter o riso, descontraído:

- Um homem corria de um monstro assustador que não largava do seu pé. Ele danou-se a correr a toda velocidade pelo meio da rua e o monstro atrás. De repente se jogou em um rio e o monstro se jogou junto. Ele conseguiu nadar até o outro lado e seguiu pelos meios dos carros enquanto o monstro vinha logo atrás. Entrou em prédios, lojas, andava em zique zaque e o monstro sempre atrás, no seu percalço, sem perder o ritmo. No auge do desespero o homem se mete em um beco e quando olha é um beco sem saída. Sem escolha ele para e encara o monstro. Quase em estado de pânico, toma alguma força que resta e pergunta: mas o que diabos você quer?

- Sei lá, diz o monstro, o sonho é teu.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Correndo dos monstros

Duas meninas novinhas:

- Ai, tenho tido um pesadelo que me dá um medo danado.

- Sério? Como é?

- Alguns monstros me perseguem, correm atrás de mim. Aí eu tento abrir um porta, luto, abro e tem outra porta. Quando estou abrindo a segunda porta eles rapidamente abrem a porta atrás de mim e sigo e encontro outra porta e eles continuam abrindo as portas atrás de mim. É horrível. Tenho um medo danado deles.

- Puxa, deve ser mesmo. Mas como eles são? São bruxas? Bichos? Tem garras? Dentes afiados? Lobisomens?

- Não sei.

- Como assim?

- É que estou tão preocupada em correr deles que não prestei atenção em quem eles são.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Esticar as velas

Eu estou na maior correria com o lançamento do meu primeiro disco solo. Uma série de atividades depende de mim, tenho que organizar, definir, criar, coordenar, supervisionar, revisar, consertar, resolver e por aí vai.

De repente, com essa velocidade toda, começo a entrar na "pilha", a ficar "ouriçado", tenso, com a cabeça a mil evitando todo o tipo de erro, concentrado para controlar as falhas e garantir o sucesso da empreitada.

É...

... parece que com dedicação e esforço dá pra controlar...

... parece...

... mas não dá.

Então eu lembro que essa sensação que permeia minha cabeça é falsa. Eu não controlo nada disso tudo. O máximo que posso fazer é esticar a vela no caminho que pretendo, mas o vento, meus amigos, vem quando quer, na força que tem vontade e para onde se interessa.

E nós somos um barco a vela que só navega a partir do vento e da maré. E essas duas estão completamente fora dos nosso braços controladores.

Também acho que definir em exagero caminho a seguir por vezes nos estaciona tempo demais. Tudo bem que queremos seguir para o norte, por exemplo, mas se o vento e a maré nos empurra para o nordeste é bom seguir o fluxo, porque de alguma forma esse danados sabem mais do que nós.

Assim, relaxo um pouco os ombros, abaixo os braços, solto os dedos, sento um pouco e torço para que eu possa me divertir bastante na navegação.

Ah, aproveito para convidá-los para o tal evento que falo: dia 20, amanhã, em Recife, no Espaço MUDA, na Rua do Lima, as 20h, lançamento do CD Bandarra, com exposição, degustação, confecção e música.



"O que faz um barco andar não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê", retirado da internet com a assinatura de Platão.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A teoria do abraço

Pequenos alunos chegavam em um mosteiro para visita. Na entrada, se depararam com um cachorro assustador, que latia, rosnava, babava e tentava largar a corrente que o prendia sedento por alcançar os pequenos.

Todos ficaram bastante assustados e passaram devagar, pelo canto, evitando qualquer aproximação com o bicho.

Quando já entravam no pátio a corrente soltou.

E o cachorro partiu com toda fúria e desejo para cima das crianças.

Em pânico os alunos ficaram paralisado, congelados de medo.

Um deles, no entanto, e de repente, se danou a correr exatamente na direção do animal. Ninguém entendeu.... nem o cachorro, que levou um susto danado, recolheu o rabo entre as pernas e voltou para seu canto assustado e surpreso com a atitude do menino.

Eis a teoria do abraço. Boa semana a todos.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Vixe que medo

Bem, estou no meio do processo de lançamento do meu primeiro disco, Bandarra. E por isso, cheio de atividades e um tanto relapso com o blog. Mas faz parte...

Hoje queria falar sobre um livro que estou lendo - "Quando tudo se desfaz", da monge Pema Chodron. Um livro legal que não é auto-ajuda (embora as vezes pareça). É um livro de temática sentimental que insere conceitos budistas na nossa forma ocidental de ver e agir com tudo.

Em determinado momento, a autora fala sobre o medo e como o medo é um portal para nós mesmos. Em um momento de pânico largamos nossas máscaras e nos mostramos de forma mais crua criando para os atentos uma oportunidade de ver e abraçar o seu eu mais profundo.

Isso é um tanto complexo e filosófico. Mas o fato é que ela indica a aproximação do medo e ressalta o destemor.

O destemor não é a falta de medo, que nós, nossas imagens e mídia tanto ressaltam e valorizam como "coragem". A nossa palavra "coragem" é ausência de medo, o corajoso nada teme. Para a autora é o contrário, é o destemor: mesmo com medo seguimos adiante e confiante.

Certa vez, um amigo a confidenciou:

- Você é a pessoa mais corajosa que conheço. Porque você é covarde e medrosa e mesmo assim continua caminhando.

Tentar adestrar, acolchoar, afastar, correr do medo é um processo árduo e penoso que acaba por nos viciar e vitimar em todos os artifícios e artimanhas que nos tirem da realidade.

Ela fala então em acolher, com serenidade, e familiarizar-se consigo.

De frente para um grande mestre, a autora perguntou como era a relação dele com o medo e ele respondeu: - Eu concordo, eu concordo.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Bandarra

A algum tempo eu venho produzindo, gravando, finalizando o meu primeiro disco solo, Bandarra.

Um disco que tem meu nome, de fato, mas carrega o sobrenome de muita gente querida. Um disco feito de abraços e de pessoas que o abraçaram e continuam abraçando.

Hoje gostaria de indicar ele, libriano, que nasceu ontem, em ritmo próprio, com um sorriso sereno.


O disco está inteiramente disponível para download com a arte gráfica inclusa. Eu acredito no vento, no sol e na internet. Por isso, resolvi soltá-lo livremente como quem deixa uma bola rolar sozinha pelo campo aberto.

Sintam-se a vontade e por favor sintam-se mais a vontade ainda para passarem suas impressões.


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Dormindo ou acordado?

Em uma conversa informal, o aluno comenta:

- Olha, para ser sincero, meu sonho é acabar esse curso com louvor.

O professor olha fundo nos olhos do aluno, segura o braço com leveza e gentil diz:

- Não tenha sonho, tenha visão. Sonho é a qualidade de quem dorme.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Rock in onde?

Fiquei um tanto chocado ao assistir o início das apresentações do Rock in Rio com Claudia Leite. Assim, não tenho absolutamente nada contra, nem a favor, de Claudia. Mas me preocupa os caminhos da arte e o comportamento do público.

Umas das coisas que estranhei foram as matérias em torno dessa apresentação. Todas davam destaque imenso com questionamentos, suposições e detalhes de segurança sobre a "roupa" que ela iria usar. Puxa, parecia que a roupa era o grande destaque do show, da abertura. Quase não falava de música.

Eu vejo diversas qualidades no axé, na música sertaneja, e em diversos outros estilos ou escolas. O problema é quando a venda fica maior que o artista. E não é uma crítica específica a um estilo específico, porque o próprio rock tem seus representantes produto com os Restart e NX-Zero da vida.

Acho que deveria existir espaço para todos, o ruim é quando pequenos nichos se tornam imposição.

Não gosto de ficar aqui no blog fazendo longos discursos e acho que esse assunto rende longos discursos. Por isso esse papo é apenas uma citação.

E cá entre nós, Claudia Leite por Claudia Leite eu prefiro Ivete Sangalo.


terça-feira, 27 de setembro de 2011

Um dia danado de bonito

Hoje é meu aniversário. Um dia danado de bonito pra mim.

Se chover é pra lavar.

Se fizer sol, pra deixar mais iluminado.

Se trovoar é pra justificar uns abraços.

Se ficar nublado, pra justificar um vinho.

Se for um dia ocupado é porque o ano será de muito trabalho.

Se for tranquilo, será de descanso.

Se eu tiver problemas hoje é porque estou pronto para a batalha.

Se tudo se resolver, porque chegou a hora de receber.

Se eu receber os parabéns, eu sou amado.

Se alguns pessoas esquecerem, eu sou amado e meus amigos cheios de trabalho e futuro.

Se alguém importante esquecer, eu lembro.

Se eu esquecer, eles me lembram.

Cada abraço é um braço a mais na construção de coisas preciosas.

Porque hoje é um belo dia danado de bonito e começa dentro de mim.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O meu mestre

E de volta a ativa (finalmente), os posts habituais.

Hoje, segunda, como costumo fazer segue uma pequena história para nos inspirar ou movimentar internamente.

Boa semana a todos, amigos, é um prazer conversar com vocês:


"Dois alunos de mestres diferentes meditam sobre os ensinamentos que receberam. Em determinando momento, um vira para o outro e diz:

- Quando meu mestre tem fome, as árvores tombam em sua direção e os frutos caem gentilmente em seu colo, disse enquanto o outro prestava atenção em silêncio.

- Quando meu mestre quer andar, continuou, o barro do chão cede espaço e forma um caminho confortável. Quando o meu mestre quer dormir, as pedras se aproximam e ficam macias para que possam servir de travesseiro. Os coqueiros largam grandes folhas em direção ao meu mestre para que o frio não o incomode.

- Que incrível, respondeu então o segundo, pois quando o meu mestre tem fome, ele come. Quando quer andar, ele anda. E quando tem sono, ele dorme".

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Aparecida

Passei um curto tempo em São Paulo. Adoro a cidade, cheia de opções, com o perfil do perfil retalhado, onde tudo é parte.

Nesse tempo de "féria" resolvi dar um pulo em uma cidade que já ansiava conhecer a bastante tempo, Aparecida do Norte.

Aparecida é a cidade onde foi encontrada a imagem da santa que hoje é a padroeira do Brasil.

Falando de forma sincera, preciso admitir que não simpatizo com a idéia do santo, do culto ao santo (ou santa). Sempre achei pesado demais colocar um sujeito em um altar, até para ele próprio. Mas por motivos outros e alheios a minha vontade eu tenho uma ligação com a Nossa Senhora que apareceu do nada em um rio. Mais tarde eu conto melhor essa história por aqui.

Hoje, o que eu queria mesmo, é indicar a cidade. Lá tem uma basílica linda, cativante. Até para quem não gosta de igreja, creio que irá curtir. Ela não é imponente(embora seja imensa) como as outras igrejas, ela é leve, um pouco moderna, fresca, como se fosse construída para deixar o vento circular (e as almas). Uma igreja aberta, de tijolo aparente, uma igreja bem aparente.

Gostei muito mesmo, mais do que imaginava que gostaria.

Por isso, hoje, sexta feira, meio atrasado, minha dica é conhecer a basílica de Aparecida do Norte. Não é lá muito perto, fica a 2h de ônibus de São Paulo, mas se um dia tiverem a oportunidade de conhecer fica a dica.




terça-feira, 20 de setembro de 2011

De volta ao blog

Passei quase duas semanas viajando, parte dentro de mim, parte pela cidade e pelo estado de São Paulo. Vi lugares, visitei lugares, bebi um pouco, sorri, cansei, senti frio e muito calor.

Nesse espaço de tempo também lancei-me enfim em carreira solo, e desse lugar veio todo o calor. Fui recebido de braços abertos, olhares generosos, pequenos empurrões de apoio. E puxa, como é bom ter o carinho compartilhado.

Compartilhado, sim, porque aprendi que recebemos o que começa em nós e antes de todo incentivo que hoje me rodeia, eu já pulsava de amores pela maioria dos que estão meu lado e passam ao meu lado. E isso é tão mais forte do que apenas ser reconhecido.

Já encharcado de alegria chego em casa e me deparo com o mundo a me oferecer beleza. E a minha singela orquídea que já achava linda sem flor alguma brotou colorido pela sala inteira.

Tá bom né?


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Veja só

E então assim como o dia nasce e os pássaros saltam do ninho no ar, assim como as pequenas tartarugas se aventuram no oceano infinito e os brotos rasgam a terra em busca de sol, assim como tudo o que pulsa, nasce um artista.

Nasce como tudo o que nasce orgânico e sem pensamentos, em linha reta e amplo como são e deveriam ser os abraços. Assim como os olhos abrem com cuidado ao acordar e a mãe segura o bebê pela primeira vez.

Como a primeira transa abre as portas para o amor e como a despedida inicia um mundo novo.

Nasce da terra e do chão. Nasce do pó e da janela que mira o horizonte. Nasce de dentro para fora e mira o infinito do próximo passo.

E então, nasce um artista.

Meus amigos, é com uma honra danada e dignidade que eu me apresento: nasci.



segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Aberto

"- Então, os segredos serão revelados?

- Na verdade, os segredos já estão sendo revelados. E não apenas os segredos, tudo o que esteve guardado, escondido, todas as máscaras.

- Mas com tanta coisa ruim acontecendo.

- Exatamente meu caro. Abrir a porteira não é escolher qual animal deve se libertar, todos se libertam. Vivemos o momento de revelação e seria bem tolo acreditar que apenas coisas pacíficas e positivas serão expressadas. Tudo o que estava guardado, preste atenção: amor, consciência, raiva, ódios, conhecimento, informações preciosas, vergonha, orgulho. Os sábios readquiriram as vozes.

- Puxa, isso é bem forte para mim. Entendo o que queres dizer e me parece que eu já intuía algo assim.

- A caixa de Pandora foi aberta. As caixas foram abertas. Essa é a morte do mundo que conhecíamos e o nascimento de um novo. E nessa mudança iremos para frente. É um movimento orgânico e sem alternativas, quem não segui-lo, fica".


Boa semana a todos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Um fim de semana Joinha

Bem, toda sexta indico algo, sugiro, proponho, jogo pra cima, deixo no vento.

Hoje eu recorto o disco novo de China em inúmeras partes e solto com um sopro no ar como pólen que procura outras flores para brotar o que carrega. Isso porque esse disco tem inúmeras qualidades, do som da guitarra as letras, as vozes, a intenção. E cada detalhe é uma vida, ou uma vida que virá.

Enquanto as minúscula partes se espalham, desfio o novo clipe da Mombojo pelo chão e pelas poças de água como uma tela natural ao ar livre como é a criatividade desses que sempre surpreendem pela leveza e velocidade com que seguem o vento e antecipam rajadas e pequenos tufões coloridos misturando o que a gente sabe e o que a gente desconfia.

Para vocês, um fim de semana bem "joinha".

Baixe aqui o novo disco Moto Contínuo desse risonho aí em cima

Novo clipe Antimonotonia da Mombojo:


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um dos melhores discos do ano

Hoje indico o trabalho primoroso de China.

Um artista dedicado, atento e talentoso, que se esforça continuamente pela melhora do que produz.

E por isso mesmo consegue gerir um disco melhor do que o outro e assim chegará a lua.

Hoje ele lança virtualmente para download gratuito o novo trabalho intitulado Moto Contínuo, e eu que já ouvi em primeira mão posso dizer que é um dos melhores discos do ano.

Clique aqui, baixe o disco e confirme se estou certo ou errado.

E como já disse outras vezes: China é o cara.



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vencer







Vencer                 sozinho                    ou perderemgrupo?









sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sexta é dia

Sexta é dia de sugestão, indicação, dia de chamar um amigo para um bom vinho, uma boa festa, uma cerveja gelada ou música viva que nos alerte e relaxe.

Sexta é dia.

Hoje indico uma artista que gosto bastante - tranquila, leve, forte. Cada vez mais tenho sido atraído por músicas assim, sem pressa.

Para vocês deixo uma música de Madeleine Peyroux, um jazz que não é jazz, um pop que não é pop, e é bom.

Bom fim de semana a todos.



quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Café da manhã

Um bom café da manhã tem que ter sorrisos

Pão

Ovo

Uma preguiça daqui

Outra de lá

Frutas
    
       (frutas também é essencial)

Café

Leite

Queijo, presunto,

e sorrisos.


Porque o corpo não acorda com relógio

nem com despertadores

não

não acorda com gritos nem com gritos mais altos

o corpo não acorda com ordem para que acorde.


Um grito talvez caiba no almoço

no meio da tarde

no expediente

assim como uma cara feia


mas não cabe no café da manhã

no café da manhã cabe no máximo uma cara amassada

como o mamão,
                   sem culpa alguma

ou uma banana coberta com mel.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Do que é Feito Amar

Hoje resolvi postar um texto de minha autoria para inspirar-nos a semana.

Como muitos que aqui frequentam sabem eu trabalho também como letrista, elaborando letras para canções prontas. Tenho um tesão enorme pelas palavras e pela combinação delas ora juntas ora separadas. Mais tesão ainda pelo que desenhadas lado a lado elas representam, transmitem, comunicam, transcendem.

Nessa aventura coleciono importante parceiros musicais, como Vitor Araújo, Vinícius Sarmento, China, Felipe S, Castor Luiz e tantos outros.

Essa letra escrevi para o inspirado Piero Bianchi - pianista, violonista, compositor, que faz parte da banda Nos4 e de alguns outros projetos autorais solo sempre com um novo companheiro, comparsa.

Gosto bastante dessa letra e fui surpreendido pela nova gravação de Juliana Fernandes no álbum "As damas os damascos". Quem inclusive quiser conhecer mais pode dar um pulinho na página desses dois na net: aqui.

Bem, boa semana a todos, espero que gostem.

Do que é Feito Amar by PieroBianchi


Do que é feito amar
Música: Piero Bianchi / Letra: Tiberio Azul
Chega depressa meu bem
Chega que eu já não tenho mais corpo
Pra tanto porém
Vê se chega depressa
Não me meça
não tropeça em mim

Sei bem que o mar sabe vir 
quando quer sei que tu sabe se
despistar me despir
nada mais interessa
veja peça
por peça cair

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O maior cantor brasileiro

Hoje é sexta, a prévia que chega a ser mais gostosa do que o próprio prato principal. O dia dos sorrisos frouxos e da alegria da chegada do sábado.

Para o fim de semana indico um belo documentário que assisti recentemente: Simonal, ninguém sabe o duro que dei.

Eu, como muitas pessoas da minha idade, não sabia quem diabos era Wilson Simonal. Pois bem, uma rápida olhada nesse filme e descobri que era nada menos do que o maior cantor brasileiro de todos os tempos. Pois é, acabei o filme mesmo com essa impressão: o negão era muito talentoso.

O filme narra a ascensão e queda desse artista que em um tempo de pouca compreensão cometeu alguns erros fatais.

Juízo de valor a parte, no entanto, é impressionante ver a técnica, a malemolência, os múltiplos talentos e a assustadora presença de palco de Simonal.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Olívia

Diz a lenda que quando uma criança nasce entre sorrisos o mundo é salvo.

Olívia salvará o mundo.

A ira dos dragões ruirá perante os pequenos dedos de bebê.

Exércitos inteiros entregarão suas armas ao ouvir os gruídos de quem não se importa com as palavras.

Espadas enferrujarão.
Escudos ficarão pelo chão esquecidos.

Os brutos serão engolidos pelas lágrimas guardadas.
E os covardes imbuídos da mais justa força de proteção.

Os generais largarão suas patentes estreladas no céu para alegria de Olívia.
As autoridades vão atender suas ordens de fome, amor e carinho.

Revolucionários aceitarão de bom grado seus abraços pacíficos.
E os caretas vão rever sua posição quando ela engatinhar.

E quando Olívia der o seu primeiro passo o mundo inteiro aprenderá a andar.

Porque diz a lenda que quando uma criança nasce entre sorrisos
nós somos salvos.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Se os tubarões fossem homens

Tempos atrás eu tive acesso a esse texto e fiquei encantado. Na verdade, fiquei um pouco chocado. Achei o paralelo incrível e pesou um mim uma culpa danada de escondida de um tudo um pouco.

Bem, ele me inspirou e me colocou para pensar. Perfeito para os post das segundas nesse pequeno espaço.

Bertold Brecht impressiona e na voz de Abujamra ainda mais.

Boa semana a todos.



terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ganhando algum em São Paulo

E cá estou eu em São Paulo.

Sampa.

A cidade que corre, que não dorme, que não perde tempo.

Não perde tempo. Tempo. Mas ganha algum? Porque ganhar tempo é essencial para o corpo e para o que tem dentro dele.

Assim, no meio dessa velocidade toda tntei ganhar algum, tempo.


Parado

ouvindo o vai e vem dos carros

vai e vem

vai

pausa

e vem

e me pareceu as ondas do mar

vindo

pausa

e indo

pausa

o som das ondas mar

Assim de repente um monte de tempo me foi dado eu ganhei o mundo

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Hoje eu só quero alegria

Na mesa do café da manhã em dia de faxina, a diarista que me presta serviço pergunta: 

- Tu vai encontrar com Paulinho?
- Vou sim, semana que vem viajo e encontrarei ele.
- Ah, manda um cheiro meu tá? Olha, mas não manda beijo não, manda cheiro. Porque o cheiro permite que a gente sinta a essência da pessoa.

Dito isso ela vira e sai cantarolando: 

"Hoje eu sou quero você 
seja do jeito que for
hoje eu sou quero alegria
é meu dia é meu dia
hoje eu sou quero amor"" .

Eu paro o café, dou um sorriso e vendo toda a cena me lembro que é sexta feira. E dou um sorriso um pouco mais largo.


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Amador

Amador.

Ama dor? Amar?

Talvez respeite, ouça. Mas amar? Não, parece demais.

Prefiro profissional.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Pequeno recorte de Hora

Ontem aproveitei o bonito dia e resolvi passear pela orla de Recife. Acabei me danando para o novo parque Dona Lindu e lá visitei a exposição do artista plástico Abelardo da Hora.

Já na entrada me deparei com um texto do próprio que me tocou e inspirou bastante. Toda a exposição é linda, emotiva, a flor da pele.

Compartilho com vocês o sentimento de beleza que tive e reproduzo aqui parte desse texto.

Boa semana a todos:

"Faço minha arte respondendo a uma necessidade vital. Como quem ama ou sofre, se alegra ou se revolta, aprova ou denuncia e verbera. Tenho compromissos fundamentais com a cultura brasileira e com o povo da minha terra.


A minha arte é feita dos meus sentimentos e de meus pensamentos: nunca os separo. A tônica, é o amor: o amor pela vida, que se manifesta também pela repulsa violenta contra a fome e a miséria, contra todos os tipos de brutalidade, contra a opressão e a exploração. Arte pela vida em favor da vida.


Não faço arte para os colegas verem nem para os críticos.Faço arte para mim e para a minha gente".*

* Esse texto é de Abelardo da Hora e é um recorte avulso feito por mim.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Vício

- Eu meu filho graças a Deus nunca me envolvi com essas coisas de vício não. Esse pessoal que enche a cara, fica bebendo. Eu não tenho descriminação, mas não gosto, sabe?

Falava docemente a senhora enquanto comia a segunda fatia do bolo de morango com calda de chantily e chocolate.

- O pessoal bebe, fica sem controle, falando besteira. Acho horrível. A pessoa para mim tem que ter controle da vida, o vício é horrível.

Quando insinuava ir para a terceira fatia ouviu a doméstica gritar da cozinha:

- Dona Maria cuidado com o doce. Lembra o que o médico falou, a senhora quase diabética pode passar mal.

- Fica na sua menina, se ponha no seu lugar. Que coisa esse povo, me dá uma raiva. Mas como estava dizendo, acho que a pessoa tem que viver com consciência do que faz mal. Para que fumar e usar drogas se a pessoa já sabe que vai acabar adoecendo. Eu mesmo, repito, nunca me viciei, se gabava já no quarto pedaço de bolo.

*essa história é completamente invenção escrita apenas para ilustrar um pensamento

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Uma boa morte?

No final do programa "Provocações", na TV Cultura, Antônio Abujamra quando de frente a um artista costumava perguntar enfático na profundidade que os olhos permitem:

- Uma boa vida ou uma boa morte?

É uma questão complexa, longa, de datas retrógradas e vanguardista, uma questão que passeia e permeia a mente inquieta dos que mergulham na arte e se afogam e renascem e voltam a se afogar. Uma boa vida? Ou uma boa morte?

Acabamos de ver uma diva, um mito, um ícone da geração optar por uma boa morte, ou seja, uma morte histórica, no centro de uma obra digna de ser lembrada pelas gerações, uma morte de um artista que se doou e se anulou na beleza artística, que se entregou inteiro e sucumbiu como deveria.

E uma boa vida? A vida tranquila, de relacionamentos tranquilos, de trabalho e dia a dia. Uma vida que alguns insistirão em chamar de medíocre, ou ainda melhor, comum.

Na minha opinião, essa é apenas uma questão de escolha. Cazuza, Jim Morrisom, Cassia Eller, Janis Joplin e tantos nomes eternos optaram e deram a vida pela arte. Eles se tornaram a arte, cantaram-na dentro de si e sucumbiram quando ela sucumbiu.

Outros, como Chico, Caetano, Paul Mcartney e tantos optaram por se tornarem narradores de suas obras, observadores, ou como Chico já declarou: "um operário do serviço artístico". Se tornaram grandes também, claro, mas optaram por sentar no banco de reservas e deixar que a arte reinasse sem seus corpos e personalidade.

Particularmente acho ambos os caminhos justos. Se tivesse que responder a Abujamra diria sem pensar: "uma boa vida, e longa de preferência". Mas não me ausento do coro que lamenta a saída do convívio de nomes tão grandiosos e se emociona profundamente com o tamanho da entrega deles.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Meia noite em Paris

Na tentativa de dar mais movimento a esse blog, ainda (talvez eternamente) em construção, pensei em toda sexta indicar algo: uma música, um disco, um filme, um parque, um prato, um restaurante, um lugar, uma peça, uma praia, um fazer nada. Algo que possamos degustar no fim de semana - e quem sabe prolongar nos restos dos dias.

Pretendo também receber dicas e repassá-las. Ou até convidar pessoas para que indiquem de próprio punho (tecla).

Para começar gostaria de indicar o novo filme de Woddy Allen. Eu sou bem suspeito para falar porque sou um fã desse cineasta verborrágico de longos discursos e idéias cativantes. Na minha opinião essa nova safra de Allen, com filmes com Vicky Cristina Barcelona, Tudo pode dar certo, Você vai conhecer o homem dos seus sonhos e o mais recente Meai noite em Paris, está recheada de criatividade, bons atores, ótimos roteiros e muita sutileza.

Meia noite em Paris é um filme cativante, gostoso, de risada leve e textos vivos. Um filme despretensioso como deve ser dar uma volta por Paris sem destino. Em uma entrevista, Woddy disse que não tinha idéia do que o filme seria, deu o título e partiu para ver o que aconteceria a meia noite em Paris.

Eu que nunca fui a "Cidade Luz" saí do cinema com água na boca, uma inveja branca danada e planos para a viagem.

Um bom destino nesse final de semana.


quinta-feira, 21 de julho de 2011

As vezes, é.

É engraçado, mas em alguns momentos pensar e cuidar de si é um ato de grande compaixão com os outros.

E cuidar excessivamente dos outros é um grande ato de egoísmo.

Engraçado.

As vezes, é.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Isso é que inspira a semana

Sob os inspirados olhos de Woddy Allen minha orquídea surpreende a todos e aponta uma nova flor.

Isso sim é que é inspirar a semana. Ô bichinha danada...


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Olhando pelo bolso

"Desculpe a irritação, estou mesmo sem paciência. Mas é que me sinto sozinho e fico sobrecarregado com tudo isso. É como se tivesse um buraco aqui dentro, sabe? Uma sensação ruim, de solidão. Fica mais do meu lado? É tanta coisa na minha cabeça, tanta coisa. Me sinto só. Essa é a verdade. Mesmo no meio de tanta gente, no meio de uma multidão, eu me sinto só. Dá vontade de sentar em um canto e pronto, esperar o tempo passar. Deixar o tempo passar. Mas não posso, não posso fazer isso. Tu acha que eu posso? Posso não, se eu parar como vou sobreviver? Esse buraco, essa cratera aqui dentro... as vezes me dá raiva. Mas depois eu esqueço, sabe? O dia vai passando e eu paro de pensar nisso. Não sei te dizer se eu paro de sentir, isso eu não sei, parece que eu paro de perceber. Sempre me perguntei se quando uma pessoa vai se operar e recebe aquela anestesia se ela não sente a dor ou se ela sente e depois esquece. Eu me sinto anestesiado, e também não sei se as vezes eu só me esqueço um pouco. Sim, sim, o vazio está aqui dentro sim, e as vezes ele me dá uma folga e as vezes ele entra em ebulição feito agora. Mas deixa pra lá. Todo mundo tem suas coisas não é? Como diz aquela música lá: a gente vai levando".



Estava pensando, nessa fala, o homem é rico ou pobre?

No coração, faz diferença?

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sem pedir nada

E logo eu que sou um contra-publicidade danado. Que me formei em publicidade e tenho direito de falar de algo que me decepcionei. Que reclamo, faço birra, cara feia e impropérios desnecessário. De repente, logo eu, vejo uma coisa dessa me emociono e choro... com uma propaganda... e da Coca Cola.

É fogo.

Mas é tocante.

E me parece sincera.

Para inspirar a nossa semana posto uma propaganda de 30 segundos passada na Argentina de uma delicadeza incrível.

Boa semana a todos.


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Fui até Manaus

No último fim de semana fui com a BANDA SEU CHICO para Manaus. Puxa, quando soubemos do show ficamos excitados. Afinal, o mercado costuma levar bandas independentes para São Paulo, Rio, talvez Brasília e Porto Alegre. Mas para Manaus? Parecia um presente, e foi.

Chegamos a cidade verde com cheiro de água doce e fomos recebidos com sorrisos calorosos desde o aeroporto. De noite, mais de 700 pessoas para ver o show.

Caramba, fiquei impressionado. Foi lindo. E eu já conto os dias para voltar.

Então aqui coloco um vídeo (gravado nesse show) em homenagem a cidade nos acolheu da melhor forma possível: com abraços.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Vai pra onde meu filho?

Toda mudança sofre resistência. A lei da inércia atua nos corpos e nos seres.

Mesmo que não se diga nada nem tampouco uma opinião somente, mesmo assim sair do lugar obriga todas as outras pessoas a se reorganizarem.

Para alguns grupos a mudança significa traição. Alguns grupos mergulham nos pactos e obrigações e esquecem da liberdade dos sentimentos e vontades.

Ao perceber o desconforto levantamos e seguimos. E modificamos não somente a nós mesmos mas ao grupo onde estamos, a família, os amigos e talvez o mundo inteiro.

E arcaremos com a ira de alguns. Faz parte e ela é justa também, como é justo o movimento de mudança.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Para começar a semana meio atrasado

Esse final de semana foi uma correria danada. Como falei no post anterior me danei lá para Manaus, uma cidade diretamente conectada a terra mãe, com uma poesia verde constante e cheiro de água doce.

Voltei e demorei a voltar. Mas voltei.

E atrasado que só eu mesmo, admito que sou quase um atrasado pontual, venho postar aquele texto que costumo postar toda segunda. Uma texto leve que nos inspire, nos expire e nos preencha. Ou apenas nos faça pensar um pouco.

Dessa vez peguei emprestado o texto postado na página de uma amiga no facebook.

Segue para vocês as palavras de um cineasta pensador que admiro bastante:


"Na minha próxima vida, quero viver de trás pra frente. Começar morto, para despachar logo esse assunto. Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a aposentadoria e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar por 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo. E depois estar pronto para o secundário e para o primário, antes de virar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí viro um bebê inocente até nascer. Por fim, passo nove meses flutuando num "spa" de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e espaço maior dia-a-dia, e depois - "Voilà!" - desapareço num orgasmo".

Woody Allen

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Correria e um lugar novo

Essa semana está uma correria danada, um infinidade de coisas para fazer e resolver. Todas coisas boas, gostosas, daquelas que parece a primeira vez - e é.

Recebi ontem a prévia definitiva da capa do meu disco solo e fiquei tocado com o que vi, me emocionei mesmo. Uma alegria tremenda. E a promessa de que essa semana que vem ele segue para a fábrica.

E daqui a pouco eu sigo com a Banda Seu Chico para Manaus. Puxa, Manaus... sempre quis ir a Manaus e sempre tive a impressão de que Manaus estava mais perto dos gringos, dos americanos e europeus, do que de mim. Ledo engano e eu estou com as malas prontas para conhecer o pulmão do mundo.

Nessa correria e emoção toda não tive tempo para escrever um post decente, discorrer sobre uma idéia, um novo olhar.

Mas com certeza voltarei de Manaus com a cabeça a mil, com a alma fervilhando de boas vibrações e cheio de matéria prima para posts inspirados.

Até breve amigos, vou respirar um pouco de ar puro ali e volto logo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Bem maior

Olha a bela mensagem que recebi. Compartilho com todos vocês. Boa semana a todos:

"Bem maior

Amar a mim mesmo e aos outros permite que eu seja tudo o que eu posso ser. O poder que me criou é o mesmo com o qual eu crio, e esse poder só quer que eu expresse e experimente meu mais alto bem.

Faço o melhor para tornar meu verdadeiro eu vitalmente importante e dar a ele o controle de tudo. Assim, estou realmente amando a mim mesmo. Isso me abre para maiores possibilidades, para a liberdade, a alegria e os imprevisíveis e maravilhosos milagres diários.

Meu mais alto bem inclui o mais alto bem para os outros também.
Esse realmente é um ato de amor.

Sempre trabalho por meu bem maior"

(extraído do livro Meditações para curar sua vida, de Louise L. Hay)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Salve nosso senhor Gonzaga

Aqui no nordeste São João é tão sagrado quanto o carnaval. Mesmo quem não gosta de forró se rende ao momento, fogos, fogueira, milho, canjica e tudo o mais.

E o forró do nosso São João, pelo menos aqui em Pernambuco, não é de Limão com Calcinha não, aqui ainda prevalece o bom e velho trio: um velhinho na sanfona, outro na zabumba e um no triângulo (e geralmente são senhores de idade e de uma graça danada).

Os prédios fazem suas festas íntimas com esse trio, as casas, as famílias, empresas, grupos de amigos e tudo o que couber. Uma festa linda, calorosa e divertida.

E na cabeça disso tudo está o senhor quase Deus Luiz Gonzaga.

Esse daí  já passou de rei para algo maior por essas bandas a um bom tempo. Luiz Gonzaga aqui é universal, unipresente e só alegria.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Visita surpresa

Eu moro no décimo segundo andar de um prédio no meio de outros prédio carros passando alguns gritos típicos de lugares urbanos em demasiado freadas de carro em velocidade buzinas e reclamações um som alto perdido aqui outro acolá amigos que comemoram algo na lanchonete da frente e alguns outros que reclamam um dos outros entre gritos de gol e defessas ferrenhas do seu time que vai ser campeão mais buzinas mais carros mais concreto.

Moro no meio da cidade. No miolo.

Com o clima mais ameno decidi dormir com as janelas abertas.

Pontualmente as seis horas da manhã acordo com algo se mexendo. Olho para o lado e vejo, pasmem, um passarinho no meu ombro. Pensem bem: eu acordei com um passarinho no meu ombro olhando para mim.

A princípio minha mulher ficou assustada mas logo depois adorou.

Eu também.

Ele ficou um tempo no meu ombro, depois ficou pelo edredom, tranquilo, sem medo e se danou a voar pela casa. Parecia que não queria ir embora. Ia de um quadro para outro, para cozinha e para outro quadro. O que ele mais gostou foi com um flores pintadas.

Demorou quase uma hora até ir embora (e com uma ajudinha minha).

Mas veio, cantou-me duas músicas e partiu tranquilo.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

E a semana começa

E é com muita alegria que posto aqui a segunda colaboração recebida de uma leitora. O meu muito obrigado a Carol Rodrigues e segue o meu convite a todos que queiram compartilhar história, causos e contos para esse espaço. Lembro que é só enviar para o meu email - tiberioazul@gmail.com.

E como costumo fazer segue uma pequena história para inspirar a nossa semana que começa.

Boa semana a todos:

"Certo dia, um menino e seu avô pescavam na beira de um lago. Após muitos intantes calmos conversando, começaram a ouvir o barulho de uma carroça que se aproximava progressivamente. O menino então perguntou ao avô se ele gostaria de apostar qual produto a carroça trazia. O avô sorriu afetuosamente e disse:
- Não querido, não vale a pena apostar o produto que esta carroça traz.

E o neto, curioso, então perguntou:

- Mas vovô, porque não?? Seria tão divertido....

E o avô respondeu:

- Simplesmente porque a carroça está vazia.

- E como você sabe, vovô??


E o avô, com a sabedoria de uma vida inteira, lhe disse:

- Pare e escute. Esta carroça faz muito ou pouco barulho??

O menino então parou, escutou, refletiu e respondeu:

- Ela faz bastante barulho vovô.

E o avô então concluiu:

- Do mesmo jeito que as carroças meu querido, são as pessoas. Quando não têm nada dentro de si, fazem um barulho extremo, reclamando e brigando por qualquer mísero motivo, crendo realmente que podem alcançar a paz fazendo guerra. Por isso sei que a carroça está vazia, meu filho, porque quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz".

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Serve pra dançar

Hoje é sexta, aquele dia que inspira todos os outros.

Não é dia para comentários profundos demais, análises extensas. Nem tampouco para observações filosóficas. Hoje não é dia para conversas longas. Hoje é sexta.

Assim sendo amigos hoje é dia para dançar.

Tudo bem que nem eu sou adepto da dança, pelo menos não na forma harmônica de quem sabe dançar, mas hoje é dia.


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Preço justo

Hoje em dia quanto mais barato melhor. Esse é o nosso sistema e como tudo funciona no Brasil. Os produtos estão cada vez mais parecidos e o preço é o norteador, a bússola de escolha. Promoções, compras coletivas, facilitado em 15 vezes. Quanto menos, melhor.

E o homem nisso tudo? Os produtos dão em árvore? Não, não dão.

Assim como esquecemos que a carne é um boi fatiado e só lidamos com aquele coisa emplastificada no supermercado, também esquecemos que todo produto e serviço é fruto de alguém que vive com isso. Por isso, menos demais não é mais.

Um conhecido estava na praia e um vendedor de redes passou oferecendo a rede por R$120. O sujeito ofereceu R$30. O vendedor baixou para R$100. O sujeito manteve os R$30. O vendedor disse que por R$70 vendia. E assim foi até que o sujeito conseguiu comprar a rede por incríveis R$20: "Uau, o sujeito pensou, me dei bem". Não amigo, você não se deu bem.

Porque quando fugimos do preço justo alguém terá que pagar por ele. Nesse caso o vendedor de redes vendeu abaixo do preço habitual e arcou com o prejuízo - na certa por estar necessitado.

Eu não quero e não gosto que passem por cima de mim. Fico enfurecido quando me sinto ludibriado sem necessidade. Mas também detesto passar por cima dos outros, ou ludibriar alguém.

Nós acostumamos tanto a lidar com enormes empresas frias e insensíveis que nos tornamos consumidores frios e insensíveis.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Entre amigos

Nos últimos 4 dias corri bastante, dormi quase nada, mais de 22 horas de viagem, um avião, outro avião, van, ônibus, passagem de som, show, outro show, horários limites, mais correria, conversas, autógrafos, outro show.

E entre tanta coisa e tanto cansaço um sorriso constante no rosto de todos. Um sorriso constante.

Toda segunda costumo colocar aqui um texto para inspirar-nos a semana. Pois bem, hoje, em especial, decidir citar a Banda Seu Chico da qual faço parte e ressaltar que quando fazemos o que nascemos para fazer existe sempre um sorriso constante e o sorriso constante é a maior inspiração que nós podemos ter.

Mas cansa? Cansa. E é difícil? É difícil. Tem problema? Tem muitos. Tem brigas? Vixe, tem sim.

Tem tudo o que se imagina, mas tem uma poesia inexplicável que torna tudo maior e torna tudo mais leve.

Dizer que nascemos para isso não significa que sejamos bons ou talentosos ou que seremos famosos ou o que quer que seja - porque essa é uma decisão externa. Isso significa que nascemos para isso e que para nós isso é natural.

E tudo o que é natural possui uma largo sorriso quer seja entre fogos de alegria ou lágrimas de lamento.

E por ter a sorte de perceber o que nos movimenta, o nosso muito obrigado.



quarta-feira, 8 de junho de 2011

Um lugar na platéia

A um tempo atrás assisti o filme "Um lugar na platéia", um belo filme francês. O filme tratava sobre diversas histórias e personagens vivendo em um espaço geográfico. Em determinado momento, um pianista comenta antes de uma apresentação em um teatro lotado:

- A maioria das pessoas em meus concertos briga para conseguir um espaço na frente, bem perto. Elas não sabem que esse não é um bom lugar no teatro. O melhor lugar da platéia é nem tão perto, nem tão longe. Ali no meio o som é o mais sincero e confortável possível.

As vezes penso que a vida tem um pouco disso também. E por vezes queremos pessoas perto, bem perto da gente, compartilhar nossos saltos, giros, gritos. Mas nem sempre esse é o melhor lugar na platéia, não é?

Dói um pouco ter de dar uma margem de segurança (ou de conforto) a pessoas queridas. Mas todos tem anseios, vontades e sentimentos confusos, e estar tão perto confunde um pouco a apresentação.

Mas sigo tentando, sei que por vezes encontramos parceiros encaixados que circulam com maestria por lugares tão diversos.

A idéia é encontrá-los mesmo e na presença deles apresentar e assistir belas peças dramáticas da vida.


Link para conhecer mais o filme

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O que você escreve na placa?

Nessa segunda especial, postarei o texto da leitora amiga Carol Rodrigues que me enviou essa história (ou conto ou causo) para nos inspirar a semana.

Reforço que estou aberto a sugestões, colaborações e tudo o mais pelo email tiberioazul@gmail.com

Grande abraço a todos e boa semana:


"Um homem cego estava à espera de alguém para deixar uma moeda em sua lata. Todos os dias ele ia para a cidade tentar conseguir algum dinheiro. Sempre se sentava na calçada com uma placa ao seu lado escrito: “Eu sou cego, por favor, tenha pena…”
Raramente alguém o ajudava.
Um dia, um homem veio, colocou uma moeda na latinha e parou por um instante. Pegou a placa do homem, apagou o que estava escrito e escreveu outra coisa. Logo depois, partiu sem dizer nada.

Logo após, o homem ouviu um monte de moedas caírem em sua lata. Em pouco tempo sua latinha estava cheia de moedas. O cego pensou e então pediu a alguém para ler o que estava na placa, e uma senhora disse: Ela diz, 'Hoje é um dia lindo, mas eu não posso vê-lo'."

Para Carol, meu muito obrigado pela colaboração.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Um pouco morto

Estive essa semana um pouco ausente, um pouco morto. E senti saudade do blog, dos amigos que não conheço (e conheço tanto). Uma sensação gostosa, nova, acolhedora.

Pois estive renovando, me conhecendo, enterrado nasci de novo.

É bom nascer de novo.

O doloroso é antes largar-se, perder tudo para ganhar tudo.

"Como ser um novo homem sem antes se tornar cinzas?", dizia Nietsche.

Pois bem, do pó viemos, ao pó voltaremos e eu dei uma voltinha por lá.

Esse sou eu (de verdade).

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Começo de semana

Toda segunda eu tento postar um pequeno texto reflexivo que nos inspire. Mas puxa, minhas histórias estão acabando. Quem tiver alguns causos na ponta da língua e quiser me ajudar será muito bem vindo. Podem enviar sugestões para o meu email: tiberioazul@gmail.com

Mas, ainda com algumas "balas na agulha", segue mais uma história.

Boa semana a todos.


Ainda está faltando algo

O mestre yogue Paltrul Rinpoché ouviu falar de um ermitão com fama de santo, que morava na montanha. E foi encontrá-lo.

- De onde vem você? - perguntou o ermitão.

- Venho de onde minhas costas apontam, e vou para onde está voltado meu rosto - respondeu Rinpoché. – Um sábio deveria saber disso.

- É uma resposta tola e metida a filosófica – resmungou o ermitão.

- E o senhor, o que faz?

- Medito há vinte anos. Estou perto de ser considerado santo.

- As pessoas já o consideram assim - comentou Rinpoché. Você conseguiu enganar todo mundo!

Furioso, o ermitão levantou-se:

- Como ousa perturbar um homem que busca a santidade? – gritou.

- Ainda falta muito para chegar a isso – disse o yogue. – Se uma simples brincadeira o faz perder a paciência que tanto busca, estes vinte anos foram uma completa falta de tempo!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Palavras

Logo eu, poeta metido (ou metido a poeta?) escrever esse post. Mas bem, penso assim.

"Palavras apenas palavras pequenas palavras ao vento"... (acho que a autoria dessa música é de Marisa Monte com Moraes Moreira).

Diversos estudo modernos exaltam que as palavras não são nem 50% de uma mensagem. Ao se comunicar com alguém, uma pessoa utiliza diversos outros caminhos. O olhar, a tonalidade da voz, a textura da voz, pausas, toque, o ritmo, a variação do ritmo, os gestos, e, para mim, acima de tudo, algo inexplicável, que gosto de chamar de energia.

Tinha um amigo na adolescência que adorava nas festa tirar uma interessante brincadeira. Com o som rolando parava uma garota e executava todo o gestual de quem pergunta as horas: o olhar, o dedo apontando para o pulso, o desinteresse. No entanto, verbalmente somente, perguntava: quer transar comigo? Juro, em todas as vezes que eu o vi fazer isso, as garotas responderam as horas.

As vezes nos batemos no maior papo de egos, um tentando convencer o outro com palavras, citações, exemplos didáticos e coisas do tipo. Eu particularmente adoro fazer isso, e como jornalista e publicitário que já fui quando encontro um bom parceiro vou ao paraíso num longo papo intrigante.

O problema é acreditar nisso. Tento ver momentos assim como diversão somente, como tomar uma cerveja, comentar de um jogo, rir com alguém. Nada de estar certo ou errado.

Afinal são só palavras. E existe algo bem maior que de fato ninguém consegue colocar na mesa para definir um vencedor.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A porta de saída é pela janela

Não há senão uma saída, diz o poeta filósofo Rainer Maria Rilke, entrar em si mesmo.

O que mais posso dizer depois disso?



Entrar em si mesmo.




segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sobre a riqueza

E lembro-me de uma frase que li no jornal na ocasião de uma briga de um funcionário com um poderoso empresário, quando o funcionário declarou calmo:

- Ele é tão pobre, mas tão pobre, que só tem dinheiro.

Segue uma rápida história para nos inspirar a semana. Boa semana a todos:



O reino deste mundo

Um velho ermitão foi certa vez convidado para ir até a corte do rei mais poderoso daquela época.

- Eu invejo um homem santo, que se contenta com tão pouco – comentou o soberano.

- Eu invejo Vossa Majestade, que se contenta com menos que eu - respondeu o ermitão.

- Como você me diz isto, se todo este país me pertence? - disse o rei, ofendido.

- Justamente por isso. Eu tenho a música das esferas celestes, tenho os rios e as montanhas do mundo inteiro, tenho a lua e o sol. Vossa Majestade, porém, tem apenas este reino.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O poder é pesado

É incrível como certas posições que transpiram poder pesam para os seus ocupantes. Nem sempre as posições carregam poder de fato, mas essa é a imagem que passam e isso passa a ser suficiente.

A imagem de perfeição incomoda bastante, a força faz brotar adversários, o poder alimenta cobrança.

No fundo, eu não acredito em nenhuma dessas coisas: perfeição, força, poder. Mas as pessoas recebem o que recebem e essa é uma decisão individual.

Quem se encaminha para esses lugares, mesmo que não seja por vontade, nem por desejo, mesmo que esteja vendo outras coisas, coisas novas e diferentes, mesmo que as cores que carrega não compactuem com essa tonalidade mais escura, mesmo que esteja atendendo a um movimento orgânico e natural, mesmo assim terão que arcar com os incômodos, com os adversários e com a cobrança.

Me parece que a única saída é abraçar a idéia inteira ou mudar de endereço.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Para nos inspirar a semana

Gosto de toda segunda repassar uma história, um causo, um conto que nos inspire a semana, que nos inspire o começo. Uma boa semana a todos:




"Mojud era um funcionário de uma repartição pública em uma pequena cidade do interior. Não tinha qualquer perspectiva de um emprego melhor, e seu país atravessava uma grande crise econômica, e Mojud já estava resignado em passar o resto de sua vida trabalhando oito horas por dia, e tentando divertir-se durante as noites e os finais de semana, vendo televisão.

Certa tarde, Mojud viu dois galos brigando. Com pena dos animais, foi até o meio da praça para separa-los, sem dar-se conta que estava interrompendo uma luta de galos-de-briga. Irritados, os espectadores espancaram Mojud. Um deles ameaçou-o de morte, porque o seu galo estava quase ganhando, e ia receber uma fortuna em apostas.

Com medo, Mojud resolveu deixar a cidade. As pessoas estranharam quando ele não apareceu no emprego – mas como havia vários candidatos para o posto, esqueceram rápido o antigo funcionário.

Depois de três dias viajando, Mojud encontrou um pescador.

- Onde você está indo? – perguntou o pescador.

- Não sei.

Compadecido da situação do homem, o pescador levou-o para sua casa. Depois de uma noite de conversas, descobriu que Mojud sabia ler, e propôs um trato: ensinaria o recém-chegado a pescar, em troca de aulas de alfabetização.

Mojud aprendeu a pescar. Com o dinheiro dos peixes, comprou livros para poder ensinar ao pescador. Lendo, aprendeu coisas que não conhecia.

Um dos livros, por exemplo, ensinava marcenaria, e Mojud resolveu montar uma pequena oficina.
Ele e o pescador compraram ferramentas, e passaram a fazer mesas, cadeiras, estantes, equipamentos de pesca.

Muitos anos se passaram. Os dois continuavam a pescar, e contemplavam a natureza durante o tempo que passavam no rio. Os dois também continuavam a estudar, e os muitos livros desvendavam a alma humana. Os dois continuavam a trabalhar na marcenaria, e o trabalho físico os deixava saudáveis e fortes.

Mojud adorava conversar com os fregueses. Como agora era um homem culto, sábio, e saudável, as pessoas lhe pediam conselhos. A cidade inteira começou a progredir, porque todos viam em Mojud alguém capaz de dar boas soluções aos problemas da região.

Os jovens da cidade formaram um grupo de estudos com Mojud e o pescador, e logo espalharam aos quatro ventos que eram discípulos de sábios. Um dos jovens perguntou, certa tarde:

- Mojud resolveu abandonar tudo para dedicar-se a busca da sabedoria?

- Não – respondeu Mojud. – Eu tinha medo de ser assassinado na cidade onde vivia".

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Caridade

Ta aí um assunto que as vezes me deixa reflexivo, intrigado.

(ca.ri.da.de)
sf.
1. Ação ou resultado de fazer o bem a quem necessita.
2. Sentimento e atitude de apoio aos necessitados.
3. Ajuda ou doação em favor de pessoas necessitadas; ESMOLA

Tenho uma larga sensação de que quando fazemos caridade (nesse conceito cristão que permeia quase todas as nossas religiões) estamos de verdade alimentando o nosso ego.

Quem recebe a "esmola" é o necessitado, o pobre coitado, o que espia, o sofredor, e por aí vai. E nós, por mais que tentamos encher nosso discurso de palavras humildes, assumimos a energia superior, e se não quisermos admitir-nos superior pelo menos temos "mais consciência".

Não me sinto bem nesse lugar.

De minha parte quando sinto vontade de fazer essa "bondade" tento apagar esse conceito e perceber que na verdade eu estou ganhando com isso. 

Não é doação, é troca.

Convivi certa vez com uma pessoa que assumia esse discurso de caridade. Doava presentes no Natal, se preocupava com os mais pobres, com a educação deles, se apropriava de lindos discursos. No entanto, ao seu redor, essa caridade não era assim tão presente. Amigos, irmãos, companheiros de trabalho, filhos... esses não recebiam essa doação toda.

Trabalhei um tempo em uma ONG com adolescentes em área de risco social e ali vi um pouco do que é caridade continuada. Eles costumavam se auxiliar em diversas áreas. Mas não era porque uns eram mais bondosos do que outros, ou mais religiosos, ou mais espíritas, ou mais ligados a Deus ou coisa do tipo. Eles se ajudavam porque todos precisavam. Aí sim, era um lindo movimento de parceria.

Esse é um tema amplo e merece conversas mais longas do que um post no blog.

Eu não sou contra a caridade como comumente é praticada. Sou a favor e até um adepto dela. Mas acredito que estamos todos caminhando para uma harmonia espiritual mais delicada e assim precisaremos rever alguns sentimentos.

Certa vez, um mestre me disse: "se você sentar em uma cadeira com um prego você fica sentado ou pula imediatamente sem nem ao menos pensar sobre o assunto? Pois é, ninguém fica em um lugar só ruim".

A sociedade se alimenta da própria sociedade: "não quero um novo sistema social, quero um homem novo", Che Guevara.

Na Semana Santa, em plena sexta, um senhor caiu desacordado em frente ao meu prédio, era fome. Quando desci dois homens já auxiliavam o senhor e eu feliz da vida com a cena fiquei só observando. Em determinado momento ele agradeceu emocionado:

- Vocês são pessoas muito boas, estão me salvando de um situação horrível, de vexame, Deus abençôe vocês.

E eu, sem resistir, respondi:

- Meu amigo, amanhã quem estará aí serei eu, o mundo gira rápido demais. Estamos ajudando a nós mesmos.

Ele sorriu e juro que senti um certo alívio na energia do senhor.

Para fechar, pergunto influenciado pela minha amiga leitora Mag: qual a nossa parte? A nossa parte é fazer de forma íntegra, inteira e sem esforço.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

De nossa parte nos cabe fazer a nossa parte

Um texto para inspirar a semana de todos. Boa semana:


Certa vez eu e um primo estávamos passando quando vimos um garoto, encolhido, cabeça baixa, aos prantos. Não resistimos e paramos o carro:

- Fui assaltado. Levaram tudo o que ganhei hoje e ainda as pipocas que estava vendendo. Se voltar assim meu pai vai me bater, disse o garoto com um choro e olhar comoventes.

Colocamos o menino no carro, fomos em casa, pegamos um lanche, roupas, tiramos dinheiro. No caminho da casa dele (na verdade perto da casa, na comunidade), conversarmos, falamos da importância da escola e coisas do tipo. Fizemos um pouco e seguimos nossas vidas.

Semanas depois soube que um garoto estava enganando as pessoas através de um choro convincente e história de roubo com detalhes idênticos a nossa experiência. Eu e meu primo ficamos chocados e depois de um tempo de silêncio concluímos:

- Bem, de nossa parte nos cabe fazer a nossa parte. O resto não é mais conosco.

Remeto essa minha experiência a história do sábio que certa tarde chegou à cidade de Akbar. As pessoas não deram muita importância a sua presença, e seus ensinamentos não conseguiram interessar a população. Depois de algum tempo, ele tornou-se motivo de riso e ironia dos habitantes da cidade.

Um dia, enquanto passeava pela rua principal de Akbar, um grupo de homens e mulheres começou a insulta-lo. Ao invés de fingir que ignorava o que acontecia, o sábio foi ate eles, e abençoou-os.

Um dos homens comentou:

- Será que, além de tudo, estamos diante de um homem surdo? Gritamos coisas horríveis, e o senhor nos responde com belas palavras!

- Cada um de nós só pode oferecer o que tem – foi a resposta do sábio.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Hoje não é um dia rosa, é uma dia branco

Hoje é um dia histórico, onde a nossa sociedade deu um passo para a frente, sem amarras, sem que o medo fosse o condutor da nossa direção.

Um dia que pode nos inspirar dias ainda melhores, o dia que resolveu respeitar as opções individuais.

Hoje (ou foi ontem) o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união estável entre casais do mesmo sexo como entidade familiar.

Quando li a notícia no jornal fiquei radiante, e me senti vivendo algo histórico nesse país tão lento.

Li no jornal que hoje era dia de abrir champanhe rosa. Pode ser, mas eu prefiro dizer que hoje é um dia branco. Porque a cor branca é a união de todas as cores e é isso que uma decisão dessa pode nos imbuir: de compreensão para as diferenças, sem ditadura de cor nenhuma: todas as cores.

Por isso mesmo que os símbolos do homossexuais é um arco-íris, porque é amplo e irrestrito.

Parabéns a todos, porque é uma vitória de todos.


Leia aqui um pouco mais sobre o assunto.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

As coisas que estão com você

As coisas que estão com você estão seguras por você

O Zen diz que tudo o que está ao seu redor tem você ao redor dele

Tudo o que lhe toca é tocado

A dor é uma sensação compartilhada, o amor também

Tudo o que invade algo é invadido

Estamos onde estamos porque estamos

O que seguramos com as mãos conosco fica

E absolutamente tudo o que largamos segue sozinho

As coisas que estão com você estão seguras por você.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Para inspirar a semana

Como tento fazer toda segunda, segue uma pequena história para nos inspirar a semana. Boa semana a todos:



"Homem chega tarde da noite em casa. Cambaleante, derruba um pequeno jarro posto na entrada da porta e fica confuso. Em frente de si, um olhar frenético faz tremer o chão do apartamento. Como quem passou a madrugada em claro inflando a raiva e esperando o momento do confronto, a mulher pergunta segurando os dentes:

- Onde o senhor estava?

Ele dá um leve sorriso e sem nem ao menos pensar sobre o assunto responde:

- Estava em um lugar tão maravilhoso mulher, que só voltei porque te amo.

Ela se desconcerta, fica confusa. As pontas do lábio tentam esticar. Ela impede. Mantém a postura. E como quem não quer perder o posto, emenda:

- E esse cheiro de cachaça? Você está bêbado é?

- Estou meu amor, estou bêbado e apaixonado.

Ela se rende, levanta o jarro e com a delicadeza que o amor merece o envolve em seus braços enquanto libera o lábio e todo o corpo para a alegria devida".

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Força estranha

Acho essa música de Caetano um absurdo. Não só em melodia, harmonia ou letra, mas em intensidade, em entrega, em força mística (estranha).

"Estive no fundo de cada verdade encoberta", ele diz. E deve mesmo ter estado e enxergou algo que eu ainda não vi.

Uma canção sobre o artista, sobre o homem e aquilo que está acima de nós.

Força Estranha



Força estranha
Caetano Veloso

Eu vi um menino correndo
eu vi o tempo brincando ao redor
do caminho daquele menino,
eu pus os meus pés no riacho.
E acho que nunca os tirei.
O sol ainda brilha na estrada que eu nunca passei.

Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga.
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou.
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou.

Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha.

Eu vi muitos cabelos brancos na fonte do artista
o tempo não pára no entanto ele nunca envelhece.
Aquele que conhece o jogo, o jogo das coisas que são.
É o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé e é o chão.

Eu vi muitos homens brigando. Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta,
e a coisa mais certa de todas as coisas.
Não vale um caminho sob o sol.
E o sol sobre a estrada, é o sol sobre a estrada, é o sol.

Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha.