quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Eu sou poeta

Recentemente, resolvi vestir-me com o adjetivo de poeta:

- Mas você escreve poesia? Tem livros de poemas?

Entenda poesia como arte. Entenda poesia como o olhar poético para a vida.

Penso agora em poeta como os antigos artistas mambembes, que chegavam na praça da cidade e emprestavam suas visões, musicalidade, sua volúpia de adentrar os lugares misteriosos da existência e corriam o gigante perigo de olhar para as coisas por inteiro.

Penso nos poetas como todos aqueles que resolveram pintar suas visões - ou quem sabe apenas desbotar tudo o que viam e veem.

Penso nos poetas como os que receberam o talento da sensibilidade e se entregaram a eles.

Hoje, muito resolveram embarcar nas definições do medo que nos enquadram, dão nomes, definem o lugar, função, orgão, ramal, valor, dia, hora, passos... tudo para evitar o desconhecido (e o desconhecido é tão belo).

Eu não sou músico, cantor, escritor, produtor, jornalista, vagabundo. Eu sou poeta.

Eu não faço música, poema, livro, discurso.

Eu faço poesia.
Eu faço amor.

4 comentários:

  1. Realmente, pra que se apegar a definiçoes que mais restringem do que definem?! A arte dispensa essa burocracia.

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  2. Parabéns pelo Blog, Tibério.
    Tive o prazer de te entrevistar por telefone para um trabalho para a rádio UFSC e posso dizer, com sinceridade, que a admiração que eu tinha pelo artista estendeu-se para a pessoa.
    Continue enchendo nossos corações como poeta!

    Um beijo grande,

    Cecília Tavares

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  3. Valeu Ceci, fico imensamente feliz. Eu lembro da entrevista, sim, e posso estender o elogio pra tu, visse?

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  4. Comentário genial sobre ser poeta, concordo plenamente com sua visão. Parabéns!

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