terça-feira, 11 de outubro de 2011

Vixe que medo

Bem, estou no meio do processo de lançamento do meu primeiro disco, Bandarra. E por isso, cheio de atividades e um tanto relapso com o blog. Mas faz parte...

Hoje queria falar sobre um livro que estou lendo - "Quando tudo se desfaz", da monge Pema Chodron. Um livro legal que não é auto-ajuda (embora as vezes pareça). É um livro de temática sentimental que insere conceitos budistas na nossa forma ocidental de ver e agir com tudo.

Em determinado momento, a autora fala sobre o medo e como o medo é um portal para nós mesmos. Em um momento de pânico largamos nossas máscaras e nos mostramos de forma mais crua criando para os atentos uma oportunidade de ver e abraçar o seu eu mais profundo.

Isso é um tanto complexo e filosófico. Mas o fato é que ela indica a aproximação do medo e ressalta o destemor.

O destemor não é a falta de medo, que nós, nossas imagens e mídia tanto ressaltam e valorizam como "coragem". A nossa palavra "coragem" é ausência de medo, o corajoso nada teme. Para a autora é o contrário, é o destemor: mesmo com medo seguimos adiante e confiante.

Certa vez, um amigo a confidenciou:

- Você é a pessoa mais corajosa que conheço. Porque você é covarde e medrosa e mesmo assim continua caminhando.

Tentar adestrar, acolchoar, afastar, correr do medo é um processo árduo e penoso que acaba por nos viciar e vitimar em todos os artifícios e artimanhas que nos tirem da realidade.

Ela fala então em acolher, com serenidade, e familiarizar-se consigo.

De frente para um grande mestre, a autora perguntou como era a relação dele com o medo e ele respondeu: - Eu concordo, eu concordo.

3 comentários:

  1. Opa! Sintonia da pe"x"te, rs.

    Estava ontem mesmo perguntando a mim mesma a definição do medo e coragem e se existiria algum ponto de inflexão. Já desconfiava que não...
    Ando numa fase de caminhar pra dentro, entrando nos meus próprios labirintos e no começo rola sempre uma angustiazinha. As vezes nem tão "inha". Mas o fato é que no processo de auto descobrimento, você também aprende a olhar o externo de um modo diferente. No meu caso, de uma forma muito especial.
    E aí eu me pergunto o que é ser "corajoso".

    A maneira de lidar com os medos, com toda certeza, é olhando-os e encarando-os. E vc não precisa esperar que ele lhe dê o primeiro bom dia.
    Os medos e angústias estão escancarados em todos os momentos. A maneira com que venho conduzindo a vida, é tentar levá-la com mais leveza.
    O medo aparece e eu dou uma "piscadinha" e, aguardo, para, quem sabe um dia, ele retribua com um sorriso.

    Abraços,
    Thaís Virga.

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  2. Bom texto!
    Certa vez um amigo me disse que os músicos, de todos, são os poetas mais desnudos; expressam sua alma ora através de uma bela melodia, ora através de belas letras. Esse talvez seja um cara que não tenha a palavra destemor em seu dicionário, ou melhor, até tenha, mas que saiba lidar com ela; como a própria definição, é o cara q mesmo com medo, segue em frente!!


    Eu ando meio perdida no mundo, sem saber ao certo o que eu realmente quero, presa a um passado em que eu era feliz e cheia de medo de iniciar um novo ciclo; fico nessa viagem interna, tentando descobrir o que realmente me faz bem, há q mundo pertenço... ainda com mt medo das descobertas, porém entusiasmada com a nova descoberta.

    ps: Belo cd. sucesso sempre =)

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  3. Que belos depoimentos menina... agradeço a disposição de vcs. Assim tudo fica mais rico.

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