quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A mesma moeda

Outro dia, fui a uma reunião no Cinema da Fundação em pleno Festival de Cinema Infantil. Logo na entrada me deparei com uma leva de umas 15 crianças com duas professoras. De repente, dois garotos mais danado se danaram na frente falando mais alto que os outros. Ficou claro que por se tratar de um cinema a criançada havia sido alertado para a necessidade de silêncio...mas vocês sabem, crianças são crianças.

Aí vem o fato interessante. Quando os dois danados em questão começaram a falar alto a professora da frente soltou um berro estarrecedor:

- SILÊNCIO! NÃO PODE FALAR ALTO! EU JÁ DISSE! SILÊNCIO! (coloquei em caixa alta para dar uma pitada do grito que foi)

Todos que estavam ao meu lado esperando para subir se assustaram. E se entreolhando deixaram no ar: acabou tumultuando mais do que o garoto.

Aí eu, claro, me danei a filosofar: o que faz as pessoas acharem que combater algo na mesma moeda irá solucionar?

Ao combater a violência com violência não existe a possibilidade da violência deixar de existir naquele sistema. Talvez ela mude de fonte, isso sim. E o provedor da força violenta migre de uma pessoa para outra, ou de um grupo para outro.

Grito com grito. Berro com berro. Murro com murro. Ataque com ataque. Grosseria com grosseria. Vingança com vingança. Ódio com ódio. Raiva com raiva.


Alguns educadores acreditam que ao exaltar para uma criança que "não faça isso", o adulto está dando atenção e colocando em pauta a determinada coisa a ser evitada. O ideal seria "faça aquilo", deixando as alternativas mais fortes e presentes.

Aquela criança talvez obedeça a professora... enquanto for pequeno, mais fraco e sem autoridade. Mas assim que isso mudar, o grito terá um novo dono.

4 comentários:

  1. :)
    é mesmo, tiba
    o mundo só muda dentro da gente...
    LUZ!
    lula

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  2. Nessa minha vida de aprendiz, fiquei sabendo de um ditado que deveria ser popular ,mas ainda não é. "A melhor maneira de ganhar uma batalha é não entrando em uma"
    Já dizia o Profeta Gentileza
    GENTILEZA
    GERA
    GENTILEZA
    Ações diferentes, reações diferentes

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  3. Tiba,
    Você me fez pensar...
    Quantas coisa deixamos de ensinar para os nossos filhos, perdendo tempo ao mostrar o que eles não devem fazer, como se eles já soubessem o que deve ser feito. Vou tentar mais o "faça isso" ao invés do "não faça aquilo".
    Bjs, Manoela.

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  4. com qualquer pessoa, inclusive criança, se você quiser educar, ensinar, o certo é através do exemplo!

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