terça-feira, 8 de dezembro de 2009

As primeiras palavras

Com uma chuva torrencial, daquela que invade parte da casa da gente, a mãe viu o filho de apenas sete anos molhado dos pés a cabeça no canto da varanda. Por baixo do corpo tentava proteger um pequeno caderno onde, quando sentia um alívio da força da água, escrevia uma ou duas palavras, para depois voltar a se proteger e esperar um novo instante. Depois de observar a cena por alguns minutos, e apesar de tentar não se intrometer na diversão do garoto, propôs com sensatez:

- Meu filho, porque você não se enxuga e vem escrever aqui dentro onde a chuva não bate?

- Mas mãe, é só aqui que eu tenho inspiração, respondeu a criança.




Hoje, ouvindo as minhas história da boca de minha mãe, percebo que devo mesmo ter nascido assim.

3 comentários: