Ouvi essa frase alguns (bons) anos atrás na peça "A história do zoológico", da companhia pernambucana Escambo, e fiquei com ela na cabeça esse tempo.
Cada vez que viajo (e tenho viajado bastante) lembro desse olhar e de como nos esquecemos nos lugares já conquistados. Sempre que passo um tempo considerável fora, volto para minha casa e renovo o meu olhar para lugar que vivo e o que tenho em mãos - e é uma sensação maravilhosa.
Com o tempo, comecei a tentar fazer isso mesmo sem as viagens. Então, de repente, paro o meu olhar no meu habitat, nos meus amigos, na minha mulher, família, e tento enxergá-los como se fossem distantes, como se aquela vida fosse outra. Me sinto grato, suficiente, quase completo, me sinto o "meio copo cheio" ao invés do "meio copo vazio".
Com esse exercício comecei a perceber que durante um tempo estive olhando para fora, enxergando a falta e não o preenchido. Sei que é incrivelmente comum nos habituarmos com as conquistas e começarmos a admirar as conquistas alheias, acho que nos esquecemos na gente mesmo.
Gosto de imaginar o meu eu criança, com seus 9 ou 10 anos conhecendo o meu eu de agora, o enxergando e imaginando o que ele acharia desse homem, de como vive e com quem vive. E quando imagino que ele se encantaria com o que vê, eu fico feliz. Aí vou mais fundo e imagino que talvez ele pediria: - Meu Deus, queria ser assim e ter essas coisas quando crescer.
Isso eu chamo de sucesso.
ps- quando não consigo ver a criança admirando esse homem, eu mudo, escolho um novo caminho e postura e parto para essa conquista - a mais importante de todas.
Muito verdadeiro esse seu post! Por vezes faço esse 'exercício', é muito importante observar e sentir a 'metade cheia'. Quanto ao sucesso, é claro e proveniente de quem faz o que gosta. Parabéns, pelo post, pelas coisas conquistadas.
ResponderExcluirTudo de mais puro esse post!
ResponderExcluirAdmirar quem somos...é sonho. Parabéns pelo simples e o belo.
ResponderExcluirBjo na alma.