sexta-feira, 18 de junho de 2010

Em época de Copa

Todas as vezes que vou almoçar com o meu pai e falamos de futebol ele critica bastante os salários milionários dos jogadores e o valor exacerbado que o nosso país dá para o esporte de Pelé.

Eu até entendo, mas vejo de outra forma, e sei que o famoso "Pão e Circo" lá da Roma antiga tem uma função importante a cumprir.

Um amigo uma vez filosofando com alguma cervejas perto do reveillon concluiu: "ainda bem que existe essa coisa de reveillon. Imagina se o tempo corresse sem um marco importante para tomarmos um novo gás. Ia ser uma depressão tremenda".

Minha mulher, outra vez, voltando do trabalho questionava a rotina: "a rotina as vezes torna a vida sem sentido. Você dorme, acorda, come, trabalha, dorme... qual o sentido disso?"

Pois bem, nesses dois pontos, creio eu, que o futebol (e outra coisas) entram: para dar sentido, ou ainda melhor, para dar ritmo a nossa vida.

São emoções, marcos, pontos de referência. Claro que o futebol é apenas uma de uma série de possibilidades, mas é uma possibilidade bastante popular na nossa tribo, e porque não curti-la?

Li uma matéria um tempo atrás sobre a eficiência econômica e democrática da Noruega. Uma maravilha. A taxa de homicídio, dizia a matéria, era de 50 mortes... ao ano (puxa, incrível isso). No entanto, um país tão célebre, amarga uma taxa de 500 mortes ao ano... de suicídios. Lá, deve faltar ritmo.

Concordo com o meu pai quando diz que seremos campeões e a educação vai continuar ruim no país, políticos vão continuar roubando, pessoas morrendo e tudo o mais. Mas ressalto que "apesar" disso vamos ter felicidades, emoções, incentivo, esperança e fôlego para continuar em frente.

Eu estou curtindo bastante a Copa do Mundo, me emocionando a beça, torcendo horrores.

E pergunto: porque não?

2 comentários:

  1. Como brasileira que deu debandada mas que está prestes a voltar ao seu berço esplêndido, digo que sou do time do Tom! O Jobim. Que dizia que viver no exterior é bom mas é uma merda. E que viver no Brasil é uma merda mas é bom.
    Nós temos ritmo, temos cadência, temos vida. Música infinita subindo e descendo ladeira...
    A Copa acabou. 2014 tem mais. Engodo, ópio? Que seja! Ê Brasil, tô voltando! Parabéns pelo blog! Adorei o texto. Abraços!

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