Ontem estava no meio da confusão de um dia atolado de compromissos entre um bairro e outro lotado de gente estressada dentro de carros barulhentos e apressados daqueles que não permitem nem que o vento passe a sua frente empurrando as pessoas com gritos e caras preocupadas para dentro de um mesmo sistema preocupado com tudo que pode acontecer de ruim e destruidor mesmo na ínfima possibilidade ou numa referência louca de alguém que já presenciou o tal medo inventado quando de repente assim meio que de repente eu resolvi fazer um lanche e parei
na frente do Parque da Jaqueira em Recife tive a sensação que as vírgulas vivem, que o ritmo é algo individual, que os sons podem inclusive ser selecionados, e no Parque da Jaqueira ali mesmo onde estava ouvi um passarinho,
com ele ouvi um monte de coisas mais, ouvi um ponto de final. E respirei.
Parágrafo.
Ouvi as folhas das árvores.
E talvez até não acreditem em mim, mas eu ouvi as plantas crescendo lentamente sem objetivo, pressa ou medo algum.
Pedi uma melancia.
Comi uma melancia.
E voltei.
Até entendo que o trânsito continuava desesperado por algo desconhecido ou coisa do tipo e todos pavorosos com a possibilidade de um pavor que podia chegar a qualquer momento desses que assusta quem se assusta mas para mim embora nada tivesse mudado agora tinham um gostinho de melancia.
Quer dizer, gosto de melancia ao som de passarinhos.
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"Enquanto o tempo acelera e pede pressa, eu me recuso, faço hora, vou na valsa... a vida é tão rara" (Lenine)
ResponderExcluirTib, Adorei!! E a Vida é feita mesmo dessas pequenas pausas, e de lindas observações no meio da confusão do mundo.Feliz ano novo!!!
ResponderExcluirMil bjs pra vc e Carina
PS:A banda vai arrepiar no Rival 21/01 é isso??
Oxe, quem é tu anônimo?
ResponderExcluir"É preciso desformar o mundo: Tirar da natureza as naturalidades. Fazer cavalo verde, por exemplo."
ResponderExcluirManoel de Barros.
ahahahaha cara esqueci de assinar a mensagema lá em cima, eu sou quem sempre te manda mil bjs
ResponderExcluirSissi
Muito bom!Gostei muito da ideia do não uso das vírgulas para dar o ar frenético que o texto precisava. Parabéns!
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