sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ringo

Hoje saí para conversar com um amigo e dialogamos bastante sobre as bandas, o motivo da existência delas, sua manutenção enquanto grupo e os inúmeros conflitos dentro dele. Conversamos bastante, quase a tarde toda.

Em determinado momento lembramos do documentário "Let it be", dos Beatles. Esse documentário foi feito na época para ser lançado junto com o disco. Mas no decorrer das filmagens diversas discussões, brigas, discordâncias e falta de incentivo fizeram com que ele se tornasse um fiasco (tanto que poucas pessoas sabem que ele existe). Mas se tornou um ótimo exemplar de como acaba um grupo.

É interessante ver as confusões no filme. Paul tentando fazer o filme render e salvar o que já estava morto. John já desligado do grupo. George bastante magoado. E Ringo indiferente esperando a hora de tocar. Um funcionamento desconectado, individual e falido. Quantas vezes a gente não vive algo assim sem perceber? Estendendo o enterro quilômetros adiante?

Aí, pensei: depois desse filme John saiu xingando todo mundo. Paul produziu bastante coisa. George entrou em processo meditativo e Ringo foi fazer uns discos e participar de outros.

E perguntei ao meu colega: quem tu queria ser aí nesse rolo?

Já pensava na minha resposta, se John ou Paul, e ele me sai rapidamente com essa:

- Ringo, é claro.

- Ringo?

- Claro. Ringo estava pronto para tudo. Ouvia John de um lado, via a genialidade em John e devia curtir isso. Ouvia Paul e puxa, devia curtir demais estar com um gênio como Paul. Caminhava com George feliz por tanta beleza em George. Era o melhor no papel que ocupava e facilitava o trabalho de qualquer um que contasse com ele. Não carregava o peso de ser um gênio e se encaixava em qualquer um dos caminhos. Eu não sei você, mas eu queria era ser Ringo.

3 comentários:

  1. Antes mesmo de terminar de ler o texto eu também tinha chegado a conclusão que queria ser Ringo. Ele pode não ter se dado tão bem posteriormente quanto Paul e John mas acredito que ele propositalmente ou não, foi o mais sagaz na sua "imparcialidade".

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  2. Puts, nem tenho que falar, post lindo, de emocionar!

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  3. No meio. Equilibrado. Sensato. Mais libriano impossível. Como libriana que também sou, concordo com sua opção. Porém, quando lembro de John... Acho que não... Velha indecisão da balança...

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